Tempestade perigosa de inverno condiciona Natal de milhões de pessoas nos EUA
"Isto é coisa séria", alertou o Presidente dos Estados Unidos.
Uma "tempestade perigosa de inverno", como lhe chama a meteorologia norte-americana, está a afetar uma grande parte dos Estados Unidos, com milhões de pessoas sem energia ou impedidas de viajar no Natal.
Mais de 200 milhões de pessoas estavam esta sexta-feira sob alguma forma de aconselhamento ou aviso meteorológico de inverno, por estarem em zonas onde ocorrem ou são esperados efeitos da tempestade, de acordo com o Serviço Meteorológico Nacional (NWS, na sigla em inglês).
O mapa do serviço meteorológico "retrata uma das maiores extensões de avisos e avisos meteorológicos de inverno de sempre", afirmaram os meteorologistas num comunicado divulgado esta sexta-feira, citado pela agência norte-americana AP.
Esta grande tempestade, que ocorre "uma vez por geração", segundo o NWS, começou a afetar o Midwest, mas estava esta sexta-feira a intensificar-se e já se está a espalhar para leste, tanto a norte como a sul.
Mais de 458000 residências e casas comerciais estavam sem eletricidade durante de manhã de setxa-feira, segundo a AP.
De manhã, mais de 3400 voos tinham sido cancelados, muitos deles em grandes cidades como Nova Iorque, Detroit, Seattle, Chicago, Denver e Boston, de acordo com dados do 'site' de aviação FlightAware, noticiou a agência espanhola EFE.
Três aeroportos regionais e um aeroporto internacional (Michigan) fecharam e vários suspenderam as operações de descolagem, de acordo com dados do 'site' da Autoridade Federal da Aviação (FAA, na sigla em inglês).
Os problemas de transporte estão também a afetar empresas de comboios e autocarros, como a Greyhound, a maior delas, que já avisou que muitas rotas no nordeste ou centro-oeste podem ser canceladas ou interrompidas.
A enorme tempestade estendeu-se de fronteira em fronteira, segundo a AP.
No Canadá, a WestJet cancelou todos os voos desta sexta-feira no Aeroporto Internacional Toronto Pearson.
No México, migrantes concentraram-se perto da fronteira dos Estados Unidos sob temperaturas invulgarmente frias enquanto aguardavam uma decisão do Supremo Tribunal norte-americano sobre o levantamento de restrições aprovadas durante a pandemia de covid-19 que impedem muitos de procurar asilo.
No seu 'website', o NWS advertiu para a natureza extraordinária desta "imensa tempestade" e anunciou que fortes chuvas irão afetar grande parte do país, especialmente o leste, durante o dia.
Alertou, entre outras inclemências, para a poderosa "frente ártica" que está a varrer grande parte do leste do país, para fortes nevões que irão cobrir a região dos Grandes Lagos e a área da Nova Inglaterra, e para "precipitações significativas" que podem também atravessar o noroeste.
Os meteorologistas esperam mesmo que um ciclone bomba - quando a pressão atmosférica cai muito rapidamente numa forte tempestade - se desenvolva perto dos Grandes Lagos.
O Presidente norte-americano, Joe Biden, apareceu publicamente na quinta-feira para avisar a população que deve levar a tempestade "extremamente a sério" e pedir-lhe que siga as recomendações das autoridades.
"Isto não é como um dia de neve quando se era criança", declarou Biden na Sala Oval da Casa Branca, após uma reunião com funcionários federais.
"Isto é coisa séria", alertou o Presidente dos Estados Unidos.
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