Theresa May vai pedir novo adiamento do Brexit

A primeira-ministra Theresa May anunciou esta terça-feira que vai pedir um novo adiamento do Brexit à União Europeia para "tentar resolver o impasse" através de negociações diretas com o líder da oposição trabalhista, Jeremy Corbyn, com vista a encontrar uma solução de compromisso que permita uma saída ordenada do Reino Unido da UE.

"Vamos precisar de uma nova extensão do Artigo 50, tão curta quanto possível e que termine assim que aprovarmos um acordo", afirmou May no final de um Conselho de Ministros extraordinário que se prolongou por mais de sete horas.

Reconhecendo que a via parlamentar "não funcionou", May convidou Corbyn para negociações com vista a encontrar um consenso "em nome do interesse nacional", dando a entender que poderá abdicar de algumas das suas ‘linhas vermelhas’, nomeadamente, no que diz respeito à manutenção da união aduaneira, principal reivindicação da oposição.

Se esta opção não resultar, May prometeu acordar com Corbyn "várias opções alternativas" que serão então submetidas ao Parlamento, prometendo que o governo "acatará a decisão dos deputados".

A primeira-ministra disse ainda que este processo deverá estar concluído antes de 22 de maio, de modo a evitar que o Reino Unido tenha de participar nas eleições europeias.

"Saída sem acordo cada vez mais provável"

O negociador-chefe da União Europeia para o Brexit, Michel Barnier, advertiu esta terça-feira que a possibilidade de o Reino Unido sair da UE sem acordo "é cada vez mais provável" após o Parlamento ter rejeitado todas as soluções alternativas propostas.

"Uma saída sem acordo nunca foi o nosso desejo, mas estamos preparados", frisou Barnier, afirmando que restam apenas três opções ao Reino Unido: o Parlamento aprovar o acordo esta semana, uma saída sem acordo ou um adiamento prolongado do Brexit.