“Unanimidade total” face à ameaça da Rússia
Joe Biden garante que EUA e aliados europeus estão unidos na resposta a dar em caso de ataque.
O presidente dos EUA, Joe Biden, garantiu na segunda-feira à noite que existe "unanimidade total" com os aliados europeus na resposta à escalada de tensão entre a Rússia e a Ucrânia e reiterou que Moscovo pagará um preço "elevado e sem precedentes" por qualquer agressão ao país vizinho.
Falando após uma reunião por videoconferência com os principais líderes europeus, Biden anunciou que foram discutidos "esforços conjuntos para impedir mais agressões por parte da Rússia, incluindo a preparação para impor elevados custos económicos a Moscovo e reforçar a segurança no flanco leste da NATO" em caso de ataque à Ucrânia. Esta manifestação pública de união visou afastar as dúvidas levantadas na semana passada pelo próprio Biden, que admitiu que existiam divisões entre os aliados sobre a melhor forma de responder à Rússia no caso de Moscovo optar por uma "incursão ligeira" e não um ataque em larga escala.
A reunião ocorreu horas depois de a NATO ter anunciado o envio de tropas para reforçar a segurança nos Estados-membros que fazem fronteira com a Ucrânia e o Pentágono ter colocado 8500 militares de prontidão para enviar para a Europa em caso de agravamento da situação. Tanto os EUA como a NATO frisaram que este reforço é puramente defensivo e que não existe qualquer intenção de enviar tropas para ajudar a defender a Ucrânia, país que não faz parte da Aliança.
Já o PM britânico, Boris Johnson, acusou esta terça-feira a Rússia de "apontar uma arma à cabeça da Ucrânia" para forçar uma remodelação da ordem de segurança na Europa. "Basicamente, o que Putin pretende é voltar ao velho sistema de esferas de influência, e não é só a Ucrânia que está na mira", avisou Johnson, acrescentando: "Se o objetivo de Putin é afastar as forças da NATO das suas fronteiras, invadir a Ucrânia não poderá ser mais contraproducente."
A Rússia, recorde-se, nega ter intenção de atacar a Ucrânia, mas concentrou mais de 100 mil homens e grande quantidade de material bélico na fronteira ao mesmo tempo que acusa o Ocidente pela escalada na tensão e exige "garantias de segurança", incluindo a promessa de que a Ucrânia nunca fará parte da NATO e a retirada das forças da Aliança de todos os países do leste europeu que aderiram à organização após o colapso da União Soviética.
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PORMENORES
Equipamento militar
Chegou esta terça-feira a Kiev mais um avião norte-americano carregado de munições e equipamento militar para ajudar as tropas ucranianas a enfrentarem uma possível invasão russa.
Ação unilateral afastada
O Pentágono garantiu esta terça-feira que qualquer envio de tropas para o Leste da Europa será coordenado com os aliados da NATO e afastou perentoriamente qualquer possibilidade de um "envio unilateral" de militares para a Ucrânia.
Energia para a Europa
Os Estados Unidos estão em conversações avançadas com vários fornecedores internacionais de energia para suprir eventuais necessidades de abastecimento de gás natural à Europa caso a Rússia decida fechar a torneira dos seus gasodutos.
Banir Rússia do Swift
O governo britânico disse esta terça-feira que está a discutir com os aliados europeus e os EUA a possibilidade de banir a Rússia do sistema internacional de pagamentos Swift, que gere as transações monetárias entre bancos. Esta possibilidade já tinha sido aventada há algumas semanas mas tinha sido afastada.
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