Canal televisivo foi acusado de "cobertura não-profissional".
As autoridades sudanesas retiraram a acreditação à Al-Jazeera, acusando-a de "cobertura não-profissional", comunicou a própria televisão, na rede social Twitter.
De acordo com a estação do Qatar, o Ministério da Informação sudanês anunciou no sábado, por carta, a retirada da acreditação concedida ao canal local, Al-Jazeera Mubasher, que se dedica sobretudo à transmissão em direto de acontecimentos, sem outros intervenientes ou comentários.
Os responsáveis no poder após o golpe de Estado militar de 25 de outubro acusam a estação de "cobertura não-profissional" e de "rasgar o tecido sudanês", proibindo os profissionais da Al-Jazeera de trabalharem no Sudão.
A embaixada dos Estados Unidos em Cartum já denunciou "o passo atrás na liberdade de imprensa". O Sudão está na cauda do índice mundial de liberdade de imprensa e as Nações Unidas consideram-no "mais e mais hostil a jornalistas".
Em meados de novembro, o sudanês Al-Moussalami al-Kabbachi, chefe do escritório da Al-Jazeera Mubasher, em Cartum, foi detido por três dias sem que nenhuma acusação lhe tenha sido feita.
A detenção de jornalistas tem sido regular desde outubro, quando assumiu o poder o general Abdel Fattah al-Burhan.
Sem Parlamento nem Governo desde essa altura, o Sudão tem sido palco de manifestações populares contra o golpe militar.
A repressão das manifestações já causou pelo menos 64 mortos, segundo disse um sindicato de médicos à agência AFP.
Este domingo dezenas de médicos realizaram um protesto em Cartum para denunciarem os ataques contra os hospitais levados a cabo pelas forças da ordem no quadro da repressão das manifestações.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, as forças da ordem atacaram vários hospitais, assim como o sindicato dos médicos próximo dos protestos populares, que reclamam democracia.
A sociedade civil aceitou, este domingo, a oferta de diálogo apresentada pelas Nações Unidas para tentar tirar o Sudão da crise, mas manteve as manifestações agendadas para segunda-feira.
Centenas de manifestantes no Sudão bloquearam, este domingo, as estradas para norte, nomeadamente em direção ao Egito, em protesto contra a duplicação do preço da eletricidade anunciado na semana passada.
Face à revolta, sobretudo dos agricultores, o conselho de soberania que dirige o país desde o golpe militar garantiu, na quarta-feira, que iria "congelar a decisão de aumentar o preço da eletricidade, com efeito imediato".
Qualquer aumento de preço ou retirada de apoio estatal aos produtos básicos arrisca-se a agravar a profunda crime económica que se vive no Sudão, um dos países mais pobres do mundo.
Em 2018, a revolta popular que viria a derrubar o regime de Al-Bashir um ano depois começou com a triplicação do preço do pão.
As Nações Unidas preveem que 30 por cento dos sudaneses vão precisar de ajuda humanitária este ano.
Entretanto, o chefe da diplomacia do anterior regime, detido desde a revolta de 2019, iniciou, este domingo, uma greve de fome, juntamente com outros ex-responsáveis do antigo regime.
Segundo a família de Ibrahim Ghandour, o protesto vai continuar até serem "libertados ou presentes a tribunal imparcial".
Em 2019, o exército sudanês, sob pressão de uma revolta popular, pôs fim a 30 anos de ditadura, mandando prender a maioria dos responsáveis, entre os quais o próprio ditador deposto, Omar al-Bashir.
Recentemente, o Ministério Público sudanês ordenou a libertação de vários responsáveis do regime, mas o general Abdel Fattah al-Burhan ordenou que se mantivessem presos.
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