Jovem de 29 anos explica que "preservativos não eram permitidos". Já se sabe também que outro participante era um diplomata estónio.
1 / 4
David Manzheley, de 29 anos, foi o organizador da polémica orgia gay com 25 pessoas, ocorrida em Bruxelas, e que contou com a participação do eurodeputado József Szájer, conhecido por ser defensor da "família tradicional", casado e com um filho. O jovem deu uma entrevista onde mostrou o local onde decorreu a festa de sexo e explicou que havia algumas regras para participar. Ainda, segundo David, József Szájer não estava convidado para a orgia e apareceu com um amigo do estudante.
Organizador de orgia gay com eurodeputado mostra local da festa de sexo e revela que participantes tiveram Covid-19
Ao Het Laatste Nieuws e ao Blikk, David Manzheley, estudante que está a tirar o doutoramento, contou que estas festas são comuns na comunidade gay em Bruxelas e que são organizadas através de aplicações de engate "para eventos de sexo em grupo".
"Esta festa foi pequena, normalmente organizo-as com mais de 100 pessoas, mas não durante a pandemia de Covid-19, claro. Esta foi especial", ressalva o jovem, afirmando que o convite foi feito a ‘apenas’ 10 participantes.
Dizendo desconhecer que József Szájer era eurodeputado, justifica-se: "Eu convido sempre alguns amigos para as minhas festas, que acabam por trazer amigos deles, e depois divertimo-nos juntos. Falamos um bocadinho, bebemos um copo – como num café. A única diferença é que, no entretanto, fazemos sexo uns com os outros. Não vejo qual é o problema.".
Presença de políticos é habitual: havia mais dois diplomatas na festa
Confrontado com o facto de, após a polícia invadir a festa, três dos participantes tenham imediatamente alegado imunidade diplomática, entre eles József Szájer, David desvaloriza: Vem sempre muita gente da comunidade diplomática, de diferentes países e quadrantes políticos, vindos de países onde os governos não lhes permitem ser livres".
Não era conhecida a identidade ou origem dos outros diplomatas que acabaram identificados pela polícia belga mas, entretanto, já se sabe que um deles era um diplomata da Estónia. De acordo com o Politico, o Ministério dos Negócios Estrangeiros estónio já confirmou a presença de um diplomata daquele país na orgia, descrevendo no entanto o evento como "uma festa ilegal em contexto de confinamento".
"O Ministério dos Negócios estrangeiros está ao corrente de que um diplomata estónio participou nesta festa. O diplomata em causa pede desculpas por ter violado as restrições impostas no âmbito da Covid-19", afirmou um porta-voz, esta quarta-feira.
David afirma ainda ao Onet que é habitual a presença de figuras políticas da Polónia, Ucrânia, França, Alemanha, Países baixos, Luxemburgo, Suíça e Espanha. O jovem vai mas longe e garante que mais nove políticos do partido de Szajer, o Fidesz, de extrema-direita, já participaram nas suas festas de sexo.
Convencido de que, apesar de violar as regras impostas pelo governo belga para travar a Covid-19 (estão apenas permitidas reuniões com duas pessoas no interior e quatro no exterior), não há "problema", o organizador da festa mostra o apartamento onde decorreu a orgia.
Decorações de Halloween e Dia dos Namorados criam ‘ambiente’
O apartamento no centro de Bruxelas é pequeno e pouco iluminado. Logo à entrada, e em todos os quartos da casa, há decorações nas paredes e no teto. São aranhas de plástico, caveiras com olhos que brilham, salpicos de tinta vermelha a imitar sangue, teias de aranha falsas, abóboras, morcegos e redes de cor negra. Observam-se corações vermelhos, de madeira e papel, colocados nas paredes. Uma amálgama de Halloween e Dia dos Namorados. Quase não há mobília.
Chegando à sala ‘onde a magia acontece’ (ou, neste caso, aconteceu), veem-se colchões espalhados pelo chão, muitos deles sem lençóis. Há uma estante ao canto, cestos para a roupa e duas mesas pequenas, uma delas com um grande frasco de lubrificante, e outro com álcool-gel. Afinal, ainda há medidas de segurança a seguir e foram impostas ‘regras’ pela organização.
Preservativos proibidos, testes a DSTs e todos doentes com Covid-19
Na entrevista, o estudante revela um dado curioso. Ciente das restrições impostas pela pandemia, David quis que os participantes tivessem a máxima segurança possível e, por isso, todos tiveram que apresentar um documento que provasse que já tinham estado infetados com o novo coronavírus e, por isso, com anticorpos ao vírus que causa a Covid-19.
Também, segundo o organizador, todos ao homens foram obrigados a apresentar um teste negativo a várias doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), incluindo o VIH/SIDA. Isto porque, explica o jovem "os preservativos não eram permitidos".
Organização acusa concorrência de denunciar festa à polícia. Jovem é procurado pela polícia polaca
David não poupa críticas à atuação polícia, quando entrou para travar a festa. "Eles arrombaram a porta sem sequer baterem. Não tinham qualquer papel ou mandato e foram muito mal-educados, insultaram-nos e fizeram comentários homofóbicos", acusa o estudante.
"Exigiram a nossa identificação imediatamente, mas como é que podia ser imediatamente se nós estávamos todos nus?", questiona.
Segundo o Onet, David é polaco e é procurado pela polícia do seu país de origem por crimes de extorsão. Com efeito há de facto parecenças entre o jovem e o suspeito procurado na Polónia. Ao mesmo portal, David nega ser a mesma pessoa, ainda que amigos ouvidos pelo Onet afirmem que sim.
O estudante conclui acusando os seus "concorrentes de negócio", no setor da organizaçção de eventos semelhantes às suas orgias, de terem sido os denunciantes do caso à polícia. "Tinham como objetivo atrair mais homens para as festas dele", finaliza.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.