O cantor cubano vai lançar um EP com influências de Portugal e Cabo Verde.
Emilio Moret prepara novo trabalho em Portugal
O músico cubano Emilio Moret está em Portugal a preparar um novo trabalho. Não é a primeira vez que vem ao nosso país, marcou presença na Expo 98 quando integrava o grupo Septeto Habanero. Nascido em Villa Clara no ano de 1948, foi em 1970 que ingressou na Orquestra Cuba, de Havana, o seu primeiro grupo. Mas participou em vários conjuntos até chegar ao Septeto Habanero, todos influenciados pelo estilo Son Cubano, que resulta de influências espanholas e africanas. Mais tarde esteve com o conjunto Feliz Chappottin, e com o Nino Rivera, o melhor 'tresero' de Cuba, diz Emilio Moret. Além de cantar e compor, Emilio é também um 'tresero', um tocador de guitarra cubana de três cordas duplas. O músico passou também pelos Estrellas e Chocolate, Orquestra America, conjunto Los Chuki, Tanda de Guaracheros, Septeto Típico de Sones, Septeto Nacional Ignacio Pinheiro, e em 1996 entrou no Septeto Habanero onde esteve 22 anos. Está agora ligado a um projeto na capital cubana chamado Legendários del Guajirito.
Quando integrou o Septeto Habanero surgiu uma proposta para tocar na Expo 98, e foi assim que conheceu o cantor português Vitorino. O diretor do Septeto informou o grupo que Vitorino estava interessado em gravar com eles um disco de 'boleros '. "Posteriormente viajámos convidados pelo Vitorino e por mais algumas pessoas, para Portugal. Gravamos o disco e foi um êxito", afirma Emilio, "Depois dessa gravação fizemos muito trabalho com o Vitorino, Ele foi a Havana, Cuba. Trabalhou na Casa de la Amistad, na Havana Velha, fez um videoclipe. Regressamos de vez em quando a Portugal e já trabalhámos com o Vitorino em Coimbra e no Porto. Nasceu uma amizade muito grande, pelo menos entre Vitorino e neste caso eu, que estou aqui. E penso que dure. Bastante. Estou muito agradecido a Portugal, porque aqui passei muitos momentos alegres. Tenho muitas amizades aqui em Portugal", conta o cantor cubano.
Vitorino recorda que conheceu o Septeto Habanero em 1998, e ficou entusiasmado com a música, o ritmo e os músicos do grupo. Na altura a Expo 98 tinha proposto que músicos portugueses trabalhassem com outros de todo o mundo. "Eu levantei logo o dedo e disse: Eu quero cantar com o Septeto Habanero! E aceitaram. Que sorte que tive", recorda Vitorino. " Assim começou a nossa amizade e relação musical, que ficou muito forte. Isto porque os cubanos são uma minoria na América Latina, uma minoria social muito apertada, e nós, os alentejanos, também somos uma minoria em Portugal, e muito bloqueada socialmente. Então demo-nos muito bem.", afirma o cantor alentejano, que pelo facto de ser de muito perto da fronteira e de ter família na zona Badajoz, e também na Catalunha, entende muito bem o castelhano. A relação de Vitorino com a música castelhana é muito forte. " Sou uma mistura de português com castelhano, 'Soy ibérico'. A música cubana tem alguma nostalgia do fado, 'Pero tiene Son' (mas tem Son Cubano).", remata Vitorino
Em Dezembro passado Emilio Moret participou num concerto de homenagem a Cesária Évora
"É um prazer ter trabalhado na homenagem um artista da categoria de Cesária Évora. Uma cantora que tinha um timbre de voz que agradava a todo o mundo. Não cansava ninguém. Podias estar a ouvir a Cesária a cantar e o tempo era bem empregue, porque não te fartavas. Tinha uma voz muito doce e um caracter muito simples. Defendia muito os pobres. Quando passava e via gente pobre, se vinha comer aqui, vinha com um recipiente e guardava comida. E quando saía repartia pelas pessoas na rua.", recorda Emilio. " Foi quando estava na Lusafrica com o José da Silva qua a conheci. Estou encantado por a ter conhecido e participado nesta homenagem, para mim foi uma honra terem-me convidado para a homenagem a Cesária."
Um dos músicos que está agora a trabalhar com Emilio Moret é o cubano Victor Zamora, a viver em Portugal desde 1999 o músico conhece Emilio há muitos anos, e Vitorino já lhe tinha falado muito do ícone da "música real cubana". Victor e Emilio têm uma coisa em comum: " Somos da mesma província, de Villa Clara, eu sou de Mata e Emilio de Encrucijada. É muito perto e temos muitas coisas em comum, e para mim é um grande orgulho poder trabalhar com este 'grandíssimo', Emilio Moret. Vamos ter um concerto a 26 de Agosto nos Açores, no festival Burning Summer. Um concerto intimista de piano e voz. Para qualquer músico cubano da atualidade, como eu, que estou aprendendo, tocar com senhores como Emilio, é marco na carreira", realça Victor Zamora.
Emilio está neste momento a gravar pela Lusafrica um novo EP de inéditos, que terá influência portuguesa e cabo-verdiana.
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