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Gil Semedo: "Acho que já chegou o tempo dos portugueses me conhecerem"

Ídolo da música nos PALOP, celebra 30 anos de 'caboswing' com Nélson Freitas, Djodje e Dino d'Santiago, a 17 de março, no Coliseu.

14 de março de 2023 às 15:00
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Gil Semedo: 'Acho que já chegou o tempo dos portugueses me conhecerem'

Gil Semedo nasceu numa pequena vila chamada Txan di Tanque, em Santa Catarina, interior da ilha de Santiago. Mas muito cedo saiu de Cabo Verde e emigrou para os Países Baixos. Tinha seis anos, era o mais novo de sete irmãos. Foi para o funeral do pai, que faleceu por doença depois de uma vida de trabalho na Holanda. Um momento difícil na vida de Gil Semedo, decorria o ano de 1981, e um ano mais tarde algo mudou a sua vida. "O Michael Jackson lançou o 'Thriller'. Apaixonei-me por esse trabalho e comecei a imita-lo a cantar e a dançar. Foi uma consolação também, perder o pai muito cedo é dificil, mas senti a inspiração do Michael Jackson", recorda o cantor, que chegou a participar em concursos televisivos interpretando o 'Rei da Pop'. "Fiquei conhecido como o Michael Jackson da Holanda. Só que me comecei a aborrecer com isso. Eu sou o Gil Semedo. Sonhava estar em cima do palco a alegrar multidões, mas como Gil", sublinha o artista, que lançou o primeiro álbum com 16 anos. "Pela primeira vez escrevi as músicas em crioulo, antes escrevia em inglês. Gravei e teve muito sucesso, foi bonito".

Gil criou um estilo de música à sua imagem, com as suas influências de sempre, o 'caboswing'. Com base na música tradicional de Cabo Verde, como o batuque, o funaná, a coladeira, misturado com pop, e outros ritmos como o zouk. Tudo isto acompanhado de uma encenação em palco que foi inovadora na música cabo-verdiana.

Um dos temas mais marcantes do início da carreira de Gil Semedo foi 'Maria Júlia'. "Este ritmo, o batuque, já estava um pouco esquecido. Trouxe-o de volta. Antes só se dançava com as palmas, era muito tradicional. Levei-o para as discotecas, esse pop no meio do batuque fica muito feliz", recorda Gil, sobre uma música que fez muito sucesso no mundo lusófono. Para celebrar os 30 anos de carreira tem pela frente uma digressão que passa por três continentes,  dos Estados Unidos da América aos Países Baixos, Luxemburgo, Suíça ou França. Em África vai estar em Angola, Moçambique, Guiné-Bissau e Cabo Verde. E Já na próxima sexta-feira, dia 17 , a festa é em Lisboa. "Já atuei em muitos palcos, e sou muito acarinhado no mundo PALOP, não só em Cabo Verde. E em Portugal começo a ser também. Acho que já chegou o tempo dos portugueses conhecerem o Gil Semedo", refere o cantor, que pensa que a dificuldade que os portugueses podem ter em entender a sua mensagem, é facilmente ultrapassada no mundo atual, devido à internet. "Eu canto para o mundo, não só para os PALOP. O pontapé de saída da celebração dos 30 anos de carreira vai ser no Coliseu, e com grandes convidados: Nélson Freitas, Djodje, Dino d'Santiago, Gil and the Perfects (com Dina Medina, Vado e Pato). Temos um programa cheio. Vamos festejar em grande", conclui Gil Semedo.

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