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Israel anuncia “cerco total” a Gaza

Mais de 300 mil reservistas mobilizados. Operação terrestre pode estar iminente.

10 de outubro de 2023 às 01:30

“Ordenei um cerco total à Faixa de Gaza. Não haverá eletricidade, comida, água ou combustível. Estamos a lutar contra animais e vamos atuar em conformidade”, afirmou o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, referindo-se a um território de pouco mais de 40 km de comprimento por 6 a 12 km de largo onde se acumulam mais de 2,3 milhões de pessoas. Mais de 300 mil reservistas foram mobilizados e, segundo algumas fontes, a invasão de Gaza estará ”iminente”.

O balanço de três dias de violência já ultrapassou os 2500 mortos; cerca de 900 do lado israelita e pelo menos 687 do lado palestiniano, incluindo dezenas de mulheres e crianças que perderam a vida nos bombardeamentos retaliatórios que a Força Aérea de Israel leva a cabo sem descanso desde sábado. Só na segunda-feira, dezenas de pessoas morreram num ataque contra o campo de refugiados de Jabalia, no Extremo Norte de Gaza. Pelo menos quatro dos cerca de cem civis israelitas que foram levados para Gaza como reféns terão também morrido nos bombardeamentos das suas próprias forças e o Hamas ameaçou começar a matar os restantes, um por um, por cada ataque israelita sem aviso prévio contra civis. O Qatar estava a tentar negociar a libertação de alguns dos reféns, nomeadamente, mulheres e crianças, mas nem o Governo israelita nem os terroristas confirmaram.

O terrorista que Israel não consegue matar

Mohammed Deif, o comandante do braço militar do Hamas que ordenou o sangrento ataque de sábado contra o Sul de Israel, escapou a cinco tentativas de assassinato nos últimos vinte anos. Perdeu um olho, as duas pernas e um braço e viu morrer a mulher e os dois filhos. É conhecido pelo nome de guerra ‘Hóspede’, por nunca dormir duas noites seguidas na mesma casa e esteve envolvido em dezenas de atentados que mataram centenas de civis israelitas desde os anos 90. Para os palestinianos, é um herói.

“Desde o Holocausto que tantos judeus não eram mortos num só dia, nem tantos eram colocados em camiões e levados para cativeiro”, disse o PR Isaac Herzog.

Os serviços de informações egípcios avisaram repetidamente que “algo em grande” estava a ser preparado, mas Israel ignorou os avisos e centrou atenções na Cisjordânia.

A UE anunciou na segunda-feira o congelamento de toda a ajuda financeira aos palestinianos, no valor de quase 700 milhões de euros, na sequência do ataque contra Israel.

Tiros na fronteira com o Líbano

Israel bombardeou na segunda-feira posições do Hezbollah na fronteira com o Líbano após uma tentativa de infiltração armada, fazendo temer a abertura de nova frente no conflito. Dois terroristas da Jihad Islâmica que tentavam entrar em Israel foram abatidos e quatro membros do Hezbollah foram mortos pelo bombardeamento israelita, levando o movimento a responder com o disparo de vários rockets.

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