Foi formada uma coligação parlamentar, após negociações de última hora. Takaichi foi nomeada na primeira votação.
A nacionalista Sanae Takaichi foi esta terça-feira nomeada primeira-ministra do Japão, tornando-se a primeira mulher a ocupar este cargo, graças a uma coligação parlamentar formada na véspera, após negociações de última hora.
A Câmara Baixa do Parlamento japonês nomeou Takaichi, de 64 anos, logo na primeira votação e a sua nomeação será oficializada quando se encontrar com o imperador Naruhito ainda esta terça-feira.
A quinta líder do arquipélago no mesmo número de anos enfrenta uma situação política delicada no país, mas também uma agenda internacional densa, que tem como primeiro ponto mais alto a visita ao Japão do Presidente norte-americano, Donald Trump, já na próxima semana.
Sanae Takaichi conquistou, em 04 de outubro, a presidência do Partido Liberal Democrático (PLD), a formação conservadora de direita no poder, quase ininterruptamente desde 1955, mas que nos últimos meses perdeu a maioria nas duas câmaras do Parlamento nipónico devido, nomeadamente, a escândalos financeiros.
O aliado tradicional do PLD, o partido centrista Komeito, abandonou a coligação em vigor desde 1999, incomodado com os escândalos e as opiniões conservadoras de Sanae Takaichi.
Para garantir a eleição para a chefia do Governo e suceder ao primeiro-ministro cessante, Shigeru Ishiba, Takaichi formou na segunda-feira uma aliança com o Partido Japonês para a Inovação (Ishin), uma formação reformista de centro-direita.
A nova líder do Governo do Japão, admiradora da ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher, apelidada de "Dama de Ferro", prometeu um Executivo com um número de mulheres "à escandinava", em contraste com apenas duas na equipa do antecessor.
Uma delas deverá ser Satsuki Katayama, ex-ministra da Revitalização Regional, que ocupará o cargo de ministra das Finanças, de acordo com a imprensa japonesa.
O Japão está classificado em 118.º lugar entre 148 no relatório de 2025 do Fórum Económico Mundial sobre a disparidade entre os sexos e a câmara baixa do Parlamento nipónico é exemplo disso mesmo, contando com apenas 15% de mulheres.
Takaichi quer trazer para agenda das políticas publicas uma nova sensibilidade para as dificuldades relacionadas com a saúde das mulheres e não hesita em falar abertamente sobre os seus sintomas relacionados com a menopausa.
No entanto, as suas posições políticas sobre a igualdade de género colocam-na à direita de um PLD já conservador. Por exemplo, a nova chefe do Executivo opõe-se à revisão de uma lei que obriga os casais a usarem o mesmo apelido e apoia uma sucessão imperial reservada aos homens.
Takaichi também enfrentará a luta contra o declínio demográfico do Japão e a recuperação da quarta maior economia mundial.
Além disso, a coligação com o Ishin representa 231 assentos no Parlamento, abaixo dos 233 necessários para a maioria absoluta, pelo que terá que negociar com outros partidos para governar.
Sanae Takaichi já se manifestou a favor do aumento da despesa pública para reanimar a economia, seguindo o exemplo de seu mentor, o ex-primeiro-ministro Shinzo Abe, e sua vitória impulsionou a Bolsa de Tóquio a atingir níveis recordes, sobretudo devido à reputação "pomba fiscal", com a empresas a apostarem num novo ciclo de redução dos impostos.
No plano externo, Takaichi também moderou o discurso sobre a China e, na semana passada, absteve-se prudentemente de visitar o santuário Yasukuni, símbolo do passado militarista japonês, agressivo contra os vizinhos do Japão.
A nível interno, finalmente, a primeira mulher líder do PLD e por inerência primeira chefe de Governo nipónico tem como principal desafio recuperar a popularidade do seu partido depois de uma série de reveses eleitorais que viram a ascensão do Sanseito, um pequeno partido populista que qualifica a imigração como uma "invasão silenciosa".
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