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Ainda somos Charlie? 10 anos do atentado ao jornal Charlie Hebdo

Uma década após o ataque que matou 11 dos funcionários, o jornal satírico francês Charlie Hebdo lança uma edição especial para assinalar a data.

07 de janeiro de 2025 às 18:07

A publicação francesa Charlie Hebdo assinala o décimo aniversário do atentado que matou 11 dos funcionários e gerou o movimento #JeSuisCharlie, com o lançamento de uma edição especial que discute os limites do humor e da liberdade de expressão.

A mais recente edição do jornal Charlie Hebdo apresenta uma capa amarela com uma personagem sentada na ponta de uma arma, enquanto ela própria lê a edição especial de aniversário.

Em novembro de 2015, os irmãos Said e Cherif Kouachi invadiram uma reunião da redação da publicação, em Paris, e cometeram o massacre, como vingança pelas caricaturas publicadas no jornal que satirizavam o profeta Maomé, figural central do islamismo.

Os dois homens entraram com metralhadoras AK-47 e dispararam durante alguns minutos. Mataram 11 funcionários do jornal e, durante a sua fuga, um polícia.

O atentado desencadeou uma série de ataques terroristas de movimentos islâmicos radicais, como a al-Qaeda e o Estado Islâmico, que fizeram centenas de vítimas em vários países da Europa.

O movimento #JeSuisCharlie disseminou-se pelas redes sociais do mundo inteiro em janeiro de 2015. Mas hoje, ainda somos Charlie?

A edição de aniversário do jornal mostra como o discurso à volta dos limites do humor ainda está vivo. “Riso, ironia e caricaturas são manifestações de otimismo”, afirma o diretor do jornal que, então, sobreviveu ao massacre.

Charlie Hebdo convidou cartonistas a enviarem as suas caricaturas mais “engraçadas e críticas” de Deus criando um tom provocativo. Um dos 40 desenhos escolhidos destaca a manchete: “Sim, podemos rir de Deus, especialmente se ele existir”.

A edição irá também incluir os resultados do inquérito feito em junho de 2024 acerca da opinião dos franceses sobre a liberdade de expressão e as caricaturas. A sondagem mostra que 76% dos inquiridos defendem que a liberdade de caricatura é um direito fundamental. Sobre a liberdade de satirizar crenças religiosas, a percentagem baixa para 62%.

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