A edição de hoje
Édouard Philippe diz que França não pode continuar paralisada e Gabriel Attal diz "já não entender" decisões do presidente.
O presidente francês, Emmanuel Macron, está sob forte pressão dos próprios aliados para convocar novas eleições presidenciais na sequência da crise política provocada pela demissão do primeiro-ministro Sébastien Lecornu, na segunda-feira, após 27 dias no cargo.
Édouard Philippe, que foi o primeiro chefe de Governo nomeado por Macron no seu primeiro mandato, sugeriu esta quarta-feira que o presidente deveria convocar eleições presidenciais assim que for aprovado o próximo Orçamento para encontrar "uma saída ordenada e digna desta crise". "Não podemos prolongar por mais 18 meses aquilo que vivemos nos últimos seis meses. É demasiado tempo e está a prejudicar a França", afirmou o dirigente centrista.
Também Gabriel Attal, outro ex-primeiro-ministro nomeado por Macron, tirou o tapete ao presidente. "Tal como muitos franceses, deixei de compreender as decisões do Presidente da República. Está na hora de experimentar algo novo", afirmou.
Numa tentativa de evitar o agravamento da crise, Macron pediu a Lecornu para tentar encontrar uma solução que garanta a estabilidade do Governo no prazo de 48 horas, o qual termina esta quarta-feira à noite. O primeiro-ministro demissionário chamou todas as forças políticas para tentar chegar a um consenso, mas tanto a extrema-direita de Marine Le Pen como a extrema-esquerda de Jean-Luc Mélenchon rejeitaram o convite, num sinal claro de que não será fácil encontrar uma solução política para a crise.
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