Especialistas acreditam que as eleições presidenciais norte americanas de 2024 vão ser muito disputadas.
Analistas da revista britânica The Economist acreditam que as eleições presidenciais de 2024 nos EUA vão ser muito disputadas e que as próximas intercalares, em novembro, vão dar ligeira vantagem aos republicanos, dificultando a vida ao Governo.
Durante um seminário virtual esta quarta-feira realizado, sobre a atual situação política nos EUA, a que a agência Lusa assistiu, três analistas seniores da revista The Economist mostraram-se convencidos de que, nas próximas eleições intercalares, o Partido Republicano recuperará o controlo da câmara de representantes, com uma ligeira margem, e que o Partido Democrata conseguirá uma ligeira vantagem no senado.
Para Andrew Viteritti, analista de regulação económica da revista, essa divisão no Congresso vai tornar a vida do Presidente norte-americano, Joe Biden, "muito mais difícil", nomeadamente para conseguir fazer passar legislação que pode ser decisiva para uma eventual reeleição do líder democrata.
Este especialista invocou recentes sondagens que revelam que Biden apenas tem uma ligeira vantagem sobre o ex-Presidente republicano Donald Trump se ambos se voltarem a encontrar numa campanha eleitoral, em 2024, e que o candidato democrata vai precisar de melhorar o seu desempenho em áreas sensíveis, como a economia.
"Quando se pergunta aos eleitores quais os temas que eles mais valorizam politicamente, eles respondem que, por ordem decrescente, são: economia, crime, imigração, aborto, clima e saúde", explicou Viteritti, acrescentando que os democratas devem, por isso, encontrar condições para que Biden consiga encontrar boas soluções para os problemas que o país atravessa nestas áreas.
Cody Feldman, outro analista sénior da The Economist, defendeu que o atual Presidente democrata deve acelerar o seu programa económico enquanto ainda tem uma maioria na câmara de representantes e controla o senado, antecipando que os próximos anos podem tornar-se mais complicados na aprovação de legislação no Congresso.
"Um Congresso dividido irá, inevitavelmente, provocar impasses políticos", disse Feldman, recordando que republicanos e democratas concordam sobre muitas poucas matérias, mesmo ao nível da política externa.
Um exemplo dessas dissensões diz respeito ao tratado nuclear com o Irão, em que os democratas parecem muito mais interessados do que os republicanos em salvar um acordo do qual os EUA se retiraram unilateralmente em 2018, sob a presidência de Trump.
Agathe Demarais, diretora do gabinete de previsões globais da revista britânica, a terceira analista no debate, mostrou-se ainda preocupada com o facto de uma eventual vitória de Trump nas eleições presidenciais de 2024 poderem levar os Estados Unidos a moderar o seu apoio à Ucrânia na resistência à invasão russa, se a guerra ainda se mantiver nessa altura.
"As sanções à Rússia devem manter-nos nos próximos anos. Mas com uma vitória dos republicanos nas eleições intercalares e uma hipotética vitória de Trump em 2024, todo o cenário se poderá alterar", defendeu Demarais.
A analista chefe da revista citou sondagens que mostram Biden e Trump praticamente empatados, nas intenções de voto, se as eleições presidenciais fossem esta quarta-feira e apresentou números em que o ex-Presidente se apresenta claramente como o candidato favorito para os republicanos.
Os três analistas concordaram que a política externa não é uma variável importante para as eleições intercalares de novembro -- o tópico aparece em último lugar numa sondagem sobre as prioridades das preocupações dos norte-americanos, a seguir à questão da moralidade e da educação -- mas que as relações dos EUA com a China, Irão e Rússia serão matérias divisivas entre os dois principais partidos.
"A guerra comercial com a China deve intensificar-se, nos próximos tempos, seja qual for o resultado das eleições intercalares. Mas uma vantagem dos republicanos no Congresso provocará um endurecimento das posições de Washington face a Pequim, nas matérias de concorrência económica, mas também nas provocações militares", concluiu Demarais.
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