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Andrei Stenin, o fotojornalista assassinado durante a guerra civil no leste da Ucrânia

Cinco anos depois da tragédia, mãe recorda o jovem apaixonado por fotografia que escolheu trabalhar em zonas de risco.

06 de agosto de 2019 às 18:50

Andrei Stenin trabalhava para a agência internacional de notícias Rossiya Segodnya. A 6 de agosto de 2014, aos 33 anos, foi assassinado enquanto cobria, como fotojornalista, a guerra civil no leste da Ucrânia, em Donbass.

Antes, tinha fotografado em locais tão ou mais hostis como a Síria, a Faixa de Gaza e a Líbia.

Em entrevista à Sputnik, a mãe, Vera Stenina, recordou os últimos contactos com o filho antes deste partir para a frente de batalha na Ucrânia.

Vera admitiu ter pressentido que algo de mal podia acontecer ao filho quando soube da sua ida para cobrir a guerra no leste da Ucrânia.

"Tive a sensação que não estava viva, havia um vazio dentro de mim. No dia 6 de agosto a minha irmã ligou-me. Era cedo, acho que às cinco da manhã. Disse-me que viu na televisão as informações sobre o desaparecimento do jornalista Andrei Stenin", conta. "Liguei a TV e fiquei a saber das notícias", recorda.

Guerra civil na Ucrânia ficou marcada por perseguições a jornalistas

Quem deu a trágica notícia a Vera Stenina foi o diretor da agência de notícias onde Andrei trabalhava. "Recebi apoio imediato e agradeço a ajuda que me deram", disse.

Mais tarde, Vera visitou o memorial erguido em homenagem ao filho em Donbass, na cidade de Snezhnoe no leste da Ucrânia.

"É uma cidade muito fechada devido ao bloqueio. Fiquei com pena daquelas pessoas", recorda.

Em jeito de homenagem, uma escola foi renomeada em memória de Andrei Stenin. Vera visitou as salas de aula e, uma delas, era um museu dedicado ao fotojornalista e a outros dois jornalistas que morreram durante o conflito.

A guerra civil na Ucrânia ficou marcada por perseguições a jornalistas, tendo sido prometidos prémios pelas ‘cabeças’ dos profissionais dos media que estivessem no terreno.

Local da morte

"É difícil imaginar o que ali aconteceu… Quando nos aproximamos do local percebemos que não havia sítio por onde se pudessem esconder", explica Vera lembrando a visita que realizou ao local do assassinato.

Ali foi erguido um monumento, que, por enquanto, é de madeira. Os moradores locais pretendem fazer algo maior em memória de Andrei.

A confirmação da morte de Stenin só foi revelada a 3 de setembro depois de realizados os testes de ADN. Segundo os media, o fotojornalista viajava num carro que terá sido atacado numa zona supostamente controlada por militares ucranianos e pela Guarda Nacional do país.

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