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Beto Dias: “Aprendi a tocar guitarra com os amigos”

O cantor cabo-verdiano tem novo tema, ‘Bo ki ta dan’. O ‘cabo zouk’ continua a marcar o ritmo do músico que faz 30 anos de carreira a solo.

18 de junho de 2024 às 20:14
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Beto Dias: “Aprendi a tocar guitarra com os amigos”

Beto Dias nasceu no Tarrafal, na ilha de Santiago, mas aos catorze anos partiu para os Países Baixos. Na bagagem levou a paixão pela música. "Aprendi a tocar guitarra com os amigos, formámos um grupo para treinar e depois de alguns anos tive um convite para integrar os Rabelados, o meu primeiro grupo. Foi aí que tudo começou mesmo a sério. Fui como guitarrista e depois de algum tempo comecei a cantar", diz Beto Dias. Começou por cantar músicas que não eram da sua autoria, até que compôs o seu primeiro tema para a banda, o ‘Unidade e amor’. "Uma música que fala do mundo, e dessa dificuldade que temos entre brancos e pretos. Ao mesmo tempo escrevi um funaná, o ‘Santo Amaro’, que foi um grande sucesso no disco", recorda Beto Dias sobre o início da sua carreira.

O nome da banda, Rabelados, é inspirado na comunidade que no interior de Santiago, durante as primeiras décadas da segunda metade do século XX, manteve a sua cultura, tradição e espírito de independência, contrariando as restrições impostas pelo regime colonial português.

Questionado sobre o que é o espírito de rabelado, Beto Dias responde: "Um rabelado é uma pessoa rebelde. É uma pessoa que não gosta de injustiças. Que luta pelo que tem direito. Se as coisas não estão a funcionar torna-se um bocadinho rebelde. Mas não é nada negativo, é mesmo positivo", afirma Beto Dias.

"Depois do primeiro trabalho dos Rabelados, em 1989, tive um período em que fui convidado para cantar também na banda Livity, mas só nos shows, não nas gravações. Fizemos um ano ou ano e meio juntos. Foi uma experiência maravilhosa", refere o cantor.

O primeiro disco a solo de Beto Dias, Sodadi, foi feito em finais de 1993 e início de 1994, foi aí que o ‘cabo zouk’ entrou na música do cantor. "Fiz uma música, que é o Sin Sabeba, que fez muito sucesso. A partir daí comecei a criar uma identidade: Esse é o Beto Dias", informa o cantor, que conta com nove discos a solo em trinta anos de carreira, com músicas como ‘É ka normal’, ‘Nos amor tem futuro’, ‘Conta ku mi’ ou ‘Beneficio de Dúvida’.

Recentemente Beto Dias lançou o tema ‘Bo ki ta dan’. "É um alerta para aqueles que julgam uma mulher por fumar um cigarro ou beber uma cerveja. Muitas vezes os homens têm o hábito de dizer que essa mulher não presta, assim não dá. Mas não é assim. Porque essa mulher em casa é uma senhora que dá todo o amor e carinho, um sentimento e emoção que as pessoas nem têm ideia", explica o cantor, que esteve este mês em Lisboa para o concerto ‘Beto Dias e Amigos’ que contou com os convidados Philip Monteiro, Suzanna Lubrano, Ferro Gaita, Grace Évora e Sandro Correia.

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