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Bielorrússia retira migrantes da fronteira

Dois acampamentos com centenas de pessoas foram abandonados da noite para o dia.

19 de novembro de 2021 às 08:30

Oregime bielorrusso deu esta quarta-feira um passo atrás no braço de ferro com Bruxelas e retirou centenas de migrantes de dois acampamentos junto à fronteira com a Polónia, aliviando a ameaça de uma nova crise migratória às portas da UE.

Um porta-voz da guarda fronteiriça polaca confirmou que os dois campos situados junto ao posto fronteiriço de Kuznica foram abandonados durante a noite. Ao início da manhã desta quinta-feira restavam apenas tendas, roupas abandonadas e fogueiras ainda fumegantes nos locais. “Os campos estão vazios. Vamos ver o que acontece nas próximas horas”, afirmou um porta-voz daquela força, assumindo uma postura cautelosa.

O governo bielorrusso anunciou que retirou os migrantes da fronteira após o presidente Alexander Lukashenko ter discutido com a chanceler alemã Angela Merkel, na véspera, uma proposta ao abrigo da qual a UE receberia dois mil migrantes e a Bielorrússia se comprometia a acolher outros cinco mil. Porém, um porta-voz do governo alemão negou a existência de qualquer acordo e o ministro do Interior, Horst Seehofer, afirmou que concordar com tal proposta equivaleria a ceder à chantagem bielorrussa. “Se acolhêssemos estes refugiados, se cedêssemos a esta pressão, estaríamos a concordar com esta pérfida estratégia”, frisou.

Entretanto, 430 migrantes de origem iraquiana foram esta quinta-feira repatriados do aeroporto de Minsk para o seu país em voos organizados pelo governo de Bagdad, noutro sinal de desanuviamento na crise.

Criança morre 

Uma ONG polaca denunciou esta quinta-feira a morte de uma criança síria de um ano, que estava há seis semanas acampada na floresta com os pais. Pelo menos 9 pessoas já morreram a tentar entrar na UE.

Horas antes de os campos serem abandonados, vários grupos de migrantes, num total de cerca de 300 pessoas, tentaram forçar a entrada na Polónia, mas foram repelidos.

O ministro do Interior da Eslovénia, Ales Hojs, defendeu que a UE deve deixar claro que as suas portas estão fechadas à imigração. “Já não existe a política do ‘Refugiados são bem-vindos’”, disse.

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