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Bolsonaro avança que não é possível acabar com devastação da Amazónia por ser uma questão cultural

Declarações foram feitas no dia em que o ministro do Ambiente está reunido com técnicos da região para decidirem ações que inibam a destruição do "pulmão do mundo".

20 de novembro de 2019 às 18:06

O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, afirmou esta quarta-feira que a devastação na Amazónia nunca irá acabar, por ser, avaliou, uma questão cultural dos brasileiros. Ele fez a afirmação ao ser perguntado por um jornalista se tinha conversado com o ministro do Ambiente, Ricardo Salles, sobre medidas que este ficou de anunciar esta quarta para combater a desflorestação na Amazónia.

"Não dá para acabar com o devastação nem com as queimadas, isso é cultural. Eu vi a Marina Silva criticando anteontem, mas no período dela tivemos a maior quantidade de ilícitos na região amazónica."-Respondeu Bolsonaro, atacando a ex-ministra do Ambiente do governo de Lula da Silva entre os anos de 2003 e 2008, quando foram registados dois recordes de desflorestação da floresta.

Bolsonaro fez a cética declaração sobre o insucesso de qualquer medida que se tome contra a devastação na Amazónia exatamente no dia em que Ricardo Salles está reunido com técnicos e governadores da região amazónica para decidirem ações que inibam a destruição do chamado "pulmão do mundo", quer pela derrubada de árvores quer por incêndios.

Segunda-feira, com a presença do ministro, o INPE, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, revelou que nos últimos 12 meses cujos dados já foram computados, entre Agosto de 2018 e Julho de 2019, a desflorestação na Amazónia aumentou 29,5%, o maior salto negativo em 11 anos, tendo sido destruídos 9.762 km2 de área verde.

Salles afirmou que na reunião desta quarta-feira seriam tomadas medidas concretas para evitar a continuação dessa tragédia ambiental, que poderiam passar pelo aumento da fiscalização por satélite, pela definição de uma estratégia de exploração económica sustentável para melhorar a vida dos habitantes locais, e até pelo uso das Forças Armadas na prevenção e punição de atividades criminosas na região. Mas Bolsonaro antecipou-se ao anúncio dessas medidas e deixou claro não acreditar que elas tenham grande efeito.

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