Polícia Federal intimou ainda outras 13 pessoas para deporem, entre elas vários generais, um almirante, ex-ministros e ex-assessores dele.
O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro recusou responder às perguntas feitas esta quinta-feira por inspetores da Polícia Federal que investigam a alegada participação dele num plano de golpe de Estado para o manter no poder após ter sido derrotado nas presidenciais de 2022 por Lula da Silva. A informação foi dada à imprensa por um dos advogados que acompanharam Bolsonaro, Fábio Wajngarten.
De acordo com Wajngartem, Jair Bolsonaro permaneceu em silêncio absoluto por orientação dos advogados e não aceitou responder nem às perguntas mais simples, que não o incriminariam, sob a alegação de que a polícia não tinha dado acesso total e irrestrito à investigação. Ante a recusa do antigo governante em responder fosse ao que fosse, a Polícia Federal permitiu a sua saída da sede da corporação cerca de 20 minutos depois do início do interrogatório.
Bolsonaro fez de tudo ao longo da semana para tentar não comparecer ao interrogatório, pedindo o adiamento na segunda e na terça e, ante a recusa da justiça nas duas vezes em adiar o depoimento, na quarta avisou o juiz do caso, Alexandre de Moraes, que ficaria em silêncio e, novamente, pediu para ser dispensado. Moraes, relator de diversos processos contra Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal, negou mais esse pedido e deixou claro que o antigo presidente poderia até ficar em silêncio, isso é uma garantia dada pela lei, mas era obrigado a comparecer.
Além de Jair Bolsonaro, a Polícia Federal intimou para deporem também esta quinta-feira outras 13 pessoas, entre elas vários generais, um almirante, ex-ministros e ex-assessores dele. Os federais colocaram cada suspeito numa sala diferente e iniciaram todos os interrogatórios ao mesmo tempo, para impedirem os interrogados de combinarem versões e tentarem encontrar contradições, mas, no que parece ter sido uma articulação previamente acertada entre os advogados de cada um, a maioria dos intimados fez o mesmo que Bolsonaro e ficou em silêncio.
A investigação, já bastante avançada, apura articulações levadas a cabo, segundo a Polícia Federal, por Jair Bolsonaro, militares de alta patente, ministros e assessores do então governo para darem um golpe de Estado no final de 2022 para manterem o então presidente em final de mandato no poder, negando o resultado das presidenciais e transformando-o num ditador apoiado pelas Forças Armadas. Ainda de acordo com a investigação, o golpe só não aconteceu porque no último instante o alto comando do Exército, a maior força militar do país, se dividiu e decidiu não aderir à intentona.
Bolsonaro tem negado essa articulação, e Fábio Wajngarten disse esta quinta-feira ao deixar a sede da Polícia Federal que o antigo presidente jamais teve qualquer intuito de se tornar um ditador nem nunca foi simpático a um golpe. Mas a Polícia Federal encontrou na sala de Bolsonaro na sede do Partido Liberal uma minuta de um decreto de exceção, possui uma profusão de mensagens de assessores planeando a rutura institucional, e tem em seu poder a gravação de uma reunião do conselho de ministros realizada em julho de 2022 em que o então presidente avança aos seus auxiliares que há uma grande probabilidade de ser derrotado por Lula da Silva nas presidenciais de outubro, como aconteceu, e exorta a todos para participarem no plano que os manteria no poder mesmo com essa derrota nas urnas.
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