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Bolsonaro quer juiz da Operação Lava Jato na pasta da Justiça

Presidente eleito afirmou à TV Globo que pretende levar para o governo o responsável pela Lava Jato.

31 de outubro de 2018 às 01:30

O presidente eleito do Brasil, o extremista de direita Jair Bolsonaro, quer que o temido juiz Sérgio Moro, que lidera a operação anticorrupção Lava Jato e que, entre outros, mandou para a prisão o ex-presidente Lula da Silva, seja o seu ministro da Justiça. Bolsonaro fez o anúncio ao vivo em entrevista ao ‘Jornal Nacional’, da TV Globo, um dia depois de ser eleito.

"Pretendo convidá-lo para ministro da Justiça. Ou, no futuro, abrindo uma vaga para o Supremo Tribunal Federal. Onde melhor ele achar que pode trabalhar para o Brasil", declarou Bolsonaro, que tem no endurecimento das leis e do combate à criminalidade uma das suas principais bandeiras de campanha eleitoral.

Questionado por jornalistas sobre o interesse de Bolsonaro, o juiz Sérgio Moro limitou-se a repetir várias vezes que não comentaria. Contudo, horas depois, em comunicado à imprensa, escreveu: "Apenas tenho a dizer publicamente que fico honrado com a lembrança. Caso efetivado oportunamente o convite, será objeto de ponderada discussão e reflexão."

Esta abertura ao convite do presidente eleito contrasta com o que disse há alguns meses, quando Bolsonaro anunciou que disputaria as presidenciais e já nessa altura manifestou interesse em Moro. O juiz afirmou, então, que a sua vocação era ser e continuar juiz e que jamais se envolveria na política.

A mudança de posição do líder da Lava Jato tinha já sido antecipada por pessoas próximas, às quais Moro teria dito não afastar a possibilidade de entrar para o governo.

Segundo essas fontes, Moro acredita que, se aceitar o cargo, pode afastar de vez o temor de parte da sociedade brasileira de que um governo chefiado por Bolsonaro, e pelos generais que o cercam, possa tornar-se autoritário e até romper com o estado democrático e de direito.

PORMENORES 

Respeitar a Constituição

Em entrevista à TV Globo, o presidente eleito do Brasil negou a fama de homofóbico, radical e autoritário, dizendo que são rótulos que a imprensa lhe colocou. Garantiu que tem a Constituição como a Bíblia a que subordinará o seu governo.

Liberdade de imprensa

Bolsonaro pediu aos eleitores que não votaram nele para lhe darem a oportunidade de mudar o Brasil. Disse ser a favor da liberdade de imprensa mas voltou a fazer críticas e ameaçou tirar verbas a jornais que, diz, inventam coisas a seu respeito, como o ‘Folha de S. Paulo’.

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