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Bolsonaro questiona se todas as mortes atribuídas à Covid-19 são mesmo provocadas pela doença

Presidente brasileiro ignorou mais uma vez a gravidade da situação pandémica.

18 de março de 2021 às 18:06

No momento em que 26 dos 27 estados brasileiros enfrentam o colapso nos seus sistemas de saúde devido à explosão fora de controlo da Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro ignorou mais uma vez a gravidade da situação e pôs em dúvida que a doença esteja a matar milhares de brasileiros. Para Bolsonaro, questionado esta quinta-feira por jornalistas, nem as mortes são tão elevadas como o divulgado pela imprensa nem a Covid-19 é responsável por todas.

"Vocês já perguntaram se tudo é Covid? Parece que as pessoas só morrem por Covid. Vocês têm de ver quantas pessoas morrem de Covid e quantas morrem de outras enfermidades."-Questionou Bolsonaro, dando como exemplo das suas dúvidas a morte de um tio no mês passado, afirmando que a morte desse familiar não teve nada a ver com a doença provocada pelo Coronavírus.

Bolsonaro, que no ano passado pôs em dúvida até a existência da pandemia de Coronavírus e depois passou a minimizá-la, não está sozinho no seu negacionismo. Esta quarta-feira, o líder do governo no parlamento, deputado Ricardo Barros, que anos atrás foi ministro da Saúde num governo que antecedeu o de Bolsonaro, afirmou que o Brasil "está numa posição até confortável" no que respeita à Covid-19, apesar de hospitais públicos e privados em todo o país não terem mais como acolher doentes por estarem sobrelotados e pessoas estarem a morrer em filas de espera por uma cama de cuidados intensivos.

Até esta quinta-feira, 18 de março, o Brasil regista oficialmente 11,7 milhões de infetados pelo Coronavírus e superou as 285 mil mortes por Covid-19. Estados e cidades em todas as regiões têm feito apelos desesperados ao governo central para os ajudar a criar mais camas de cuidados intensivos, para lhes fornecer mais medicamentos para sedação de pessoas em estado grave e oxigénio, mas Bolsonaro, que já afirmou várias vezes não ter obrigação de ajudar "todo mundo", tem ignorado os pedidos, boicota medidas restritivas adotadas por gestores regionais e locais por avaliar que prejudicam o seu governo, e continua a viajar pelo interior do Brasil inaugurando pontes, estradas e canais de irrigação pensando já nas presidenciais de 2022.

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