Regulador reconhece que a situação afeta "com particular incidência" o aeroporto da capital.
As companhias aéreas registaram 34 incidentes envolvendo pássaros e aeronaves em dois anos em Cabo Verde e o regulador reconhece que a situação afeta "com particular incidência" o aeroporto da capital.
Segundo dados da Agência de Aviação Civil (AAC) cabo-verdiana consultados hoje pela Lusa, a maior parte dos 34 eventos, notificados pelas operadoras de transporte aéreo entre 2019 e o primeiro semestre de 2021, ocorreram no Aeroporto Internacional Nelson Mandela, na Praia e desses casos, um total de 11 "foram efetivamente de 'bird strike'" ou impacto com aves.
A companhia portuguesa TAP teve dois aviões danificados por incidentes deste tipo só em 2021 e o regulador do setor aéreo reconhece que o problema deve ter uma solução alargada.
"A diminuição do impacto de pássaros com as aeronaves, envolve uma participação alargada de atores, desde os habitantes da vizinhança dos aeroportos, passando pela comunidade aeronáutica, e pelos decisores públicos. Aqui, o papel do Ministério do Ambiente, das autarquias locais, das universidades e centros de pesquisa é igualmente determinante. O fim último é impedir acidentes que possam fazer vítimas, inclusive ceifar vidas humanas", alerta a AAC.
Cabo Verde tem quatro aeroportos internacionais, nas ilhas de Santiago, do Sal, da Boa Vista e de São Vicente, e três aeródromos, nas ilhas de São Nicolau, Maio e Fogo, todos operados pela empresa pública ASA.
Nos últimos dias têm sido vistas nas imediações da pista do aeroporto da Praia equipas de trabalhadores aeroportuários a afastarem bandos de aves, enquanto no perímetro exterior é habitual a presença de dezenas de cabeças de gado.
A AAC alerta que a presença de pássaros nas imediações dos aeroportos constitui um "sério problema de segurança aeronáutica" e pede o apoio da população, sobretudo aqueles que moram nas imediações dos aeroportos e aeródromos, evitando criar animais em casa e terrenos próximos, as atividades de pastoreio nas imediações e zonas de servidão aeroportuárias, evitando ainda "despejar lixo ao ar livre", para travar a "proliferação de insetos e pássaros".
A Lusa noticiou em 15 de junho passado que um avião da TAP sofreu naquela madrugada, no aeroporto internacional da Praia, o embate de uma ave num dos motores, o segundo caso do género em menos de um mês na capital cabo-verdiana, obrigando ao cancelamento do voo.
Questionada então pela Lusa, fonte oficial da companhia aérea portuguesa TAP confirmou que o incidente, na sequência do "embate de uma ave com um dos motores do avião que iria realizar o voo Praia--Lisboa".
O incidente deu-se durante a aterragem no aeroporto da Praia do voo comercial proveniente de Lisboa, e que durante a madrugada deveria regressar à capital portuguesa.
"A aeronave será verificada no local por técnicos de manutenção da TAP que se deslocam de Lisboa", adiantou na ocasião a mesma fonte, acrescentando que o voo em causa, com destino a Lisboa, foi cancelado, "de forma a garantir o nível de segurança" do mesmo.
Os 80 passageiros afetados por este cancelamento tiveram de ser transportados para Lisboa por outro avião da companhia.
A Lusa contactou anteriormente a administração da empresa pública ASA, que gere os aeroportos de Cabo Verde, questionando sobre a ocorrência destes casos, mas não obteve qualquer resposta.
Fonte oficial da TAP já tinha confirmado anteriormente à Lusa que em 23 de maio, igualmente durante a aterragem no aeroporto da Praia, "verificou-se um embate de uma ave com um avião, na zona do trem de aterragem dianteiro, sem danos visíveis".
"De forma a garantir o nível de segurança, o avião teve uma intervenção técnica no local que obrigou à deslocação de um técnico de Lisboa. O avião regressou a Lisboa, em voo comercial que chegou ao aeroporto Humberto Delgado na madrugada do dia 24 de maio", explicou na ocasião a companhia aérea portuguesa.
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