Em causa está o ataque à ponte de Kerch, que liga a Rússia à Crimeia, península ucraniana anexada em 2014.
Um tribunal russo emitiu esta sexta-feira um mandado de captura do chefe dos serviços secretos ucranianos pelo ataque com explosivos à ponte de Kerch, que liga a Rússia à Crimeia, península ucraniana anexada em 2014.
O alvo do mandado de captura, Kiril Budanov, dirige a Divisão Principal de Serviços Secretos do Ministério de Defesa da Ucrânia.
"O tribunal satisfez o pedido dos investigadores de aplicar uma medida preventiva a Budanov", disseram fontes oficiais citadas pela agência russa TASS, acrescentando que o responsável dos serviços secretos ucranianos é suspeito de "participação" no "ataque terrorista à ponte de Kerch", única ligação da Rússia à Crimeia.
Assim, precisaram que Budanov "foi colocado numa lista de pessoas procuradas a nível internacional", depois de a Comissão de Investigação da Rússia lhe ter imputado crimes relacionados com o ataque, entre os quais a organização do próprio ataque, a criação de um "grupo terrorista" e tráfico de explosivos e armas.
A ponte de Kerch ficou gravemente danificada a 08 de outubro do ano passado pela explosão de um camião, tendo a destruição parcial daquela estrutura representado um dos golpes mais simbólicos contra a Rússia desde o início da sua ofensiva na Ucrânia, que invadiu em fevereiro de 2022, por ordem do Presidente russo, Vladimir Putin.
Inaugurada por Putin em 2018, a estrutura - com 19 quilómetros de comprimento e que inclui uma linha ferroviária e uma via rodoviária - é uma das obras infraestruturais mais importantes da península desde a sua anexação, em 2014, e um exemplo simbólico e prático da ligação desse território à Rússia.
Também esta sexta-feira, a Justiça russa emitiu uma ordem de prisão à revelia para o búlgaro Christo Grozev, jornalista e investigador do Bellingcat, um 'site' da internet especializado em verificação de dados e informações de fontes abertas.
O tribunal Lefortovski de Moscovo impôs a Grozev dois meses de medida cautelar, que entrará em vigor a partir do momento em que o jornalista seja extraditado para a Rússia - ainda que seja altamente improvável que tal venha a acontecer.
Grozev, um aliado próximo do encarcerado líder da oposição russo, Alexei Navalny, foi acusado de efetuar uma travessia ilegal da fronteira, nos termos dos artigos 33.º e 322.º do Código Penal russo, indicou o tribunal à agência Interfax.
Em finais de 2022, o Ministério do Interior russo decretou ordens de busca e captura do jornalista, que revelou o alegado envolvimento dos serviços secretos russos nos envenenamentos do ex-espião russo Serguei Skripal e de Alexei Navalny.
O jornalista búlgaro reside há anos na Áustria, país que no passado manteve boas relações com o Kremlin, mas cujos serviços de segurança estão agora a proteger Grozev.
Em janeiro deste ano, o repórter afirmou perante o parlamento búlgaro que não pode voltar ao seu país, onde disse abundarem os agentes russos, e declarou desconhecer o motivo da sua perseguição, sublinhando que tal medida é uma ameaça para todos aqueles que investigam assuntos relacionados com o Estado russo.
O mais provável é que tenha sido incluído na lista negra do Kremlin depois de identificar, numa das suas últimas investigações, os 33 militares russos que programavam os mísseis com que a Rússia está a atacar o território ucraniano, observou o jornalista.
Christo Grozev, de 53 anos, participou também nas investigações que identificaram dois oficiais russos alegadamente ligados ao abatimento, em 2014, do avião MH17/MAS17 da Malasya Airlines quando este sobrevoava o leste da Ucrânia, fazendo 298 mortos.
Dirigiu igualmente as investigações jornalísticas que identificaram um grupo de oficiais dos serviços secretos militares russos (GRU) que alegadamente participaram numa conspiração para um golpe de Estado no Montenegro em 2016.
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