Partido Comunista Chinês está relutante em abdicar dos seus planos, que considera cruciais para elevar o estatuto global do país.
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Pequim deu sinais positivos, nas vésperas do início das negociações com Washington, que visam pôr fim a uma guerra comercial que ameaça a economia mundial, mas a relação bilateral continua ensombrada por várias incertezas.
As conversas de alto nível estavam previstas arrancar hoje, em Pequim, mas nem a embaixada norte-americana ou o ministério chinês do Comércio confirmaram se estão já a decorrer ou sequer os detalhes da agenda.
Os dois países aumentaram já as taxas alfandegárias sobre centenas de milhões de dólares de produtos de cada um. No início de dezembro, os presidentes dos EUA e China, Donald Trump e Xi Jinping, respetivamente, concordaram uma trégua de 90 dias, visando encontrar uma solução.
Na sexta-feira, um porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros afirmou que os dois lados estavam preparados para discussões "positivas e construtivas".
O vice representante do Comércio Jeffrey Gerrish lidera a delegação norte-americana, que inclui ainda funcionários dos setores de energia, agricultura e comércio, e do Departamento de Estado e do Tesouro. O Governo chinês não informou quem lidera a delegação de Pequim.
As negociações decorrem apesar de tensões diplomáticas suscitadas pela detenção de uma executiva chinesa no Canadá, acusada pelos EUA de fraude e de violar sanções contra o Irão.
Trump exige que Pequim ponha fim a subsídios estatais para certas indústrias estratégicas, à medida que a liderança chinesa tenta transformar as firmas do país em importantes atores em atividades de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros elétricos, ameaçando o domínio norte-americano naquelas áreas.
Mas o Partido Comunista Chinês está relutante em abdicar dos seus planos, que considera cruciais para elevar o estatuto global do país.
Os líderes chineses têm enfatizado o potencial do mercado do país e prometeram aumentar o acesso do capital externo aos setores automóvel ou financeiro.
Alguns funcionários chineses sugeriram que o país poderá abrir as suas iniciativas para o setor tecnológico à participação estrangeira, mas sem avançarem detalhes.
Economistas consideram que o período de tréguas acordado entre Trump e Xi é curto demais para resolver todas as disputas que ensombram as relações.
Durante este período, "não deverá haver um acordo até ao derradeiro dia", considerou Tu Xinquan, diretor do Instituto da China para os Estudos da Organização Mundial do Comércio, da Universidade de Negócios Internacionais e Economia, em Pequim.
Esta semana, as conversas vão focar-se em detalhes técnicos, antes de os líderes dos dois países "tomarem decisões políticas difíceis", afirmou Tu.
Mas o abrandamento económico nos dois lados está a colocar pressão para a obtenção de um acordo.
No terceiro trimestre do ano, o crescimento da economia chinesa recuou para 6,5%, o nível mais baixo desde 2009.
Em novembro, as vendas no setor automóvel recuaram 16%, em termos homólogos, enquanto a queda na procura forçou já os construtores a reduzirem os preços dos imóveis nas principais cidades do país.
No terceiro trimestre, a economia norte-americana cresceu 3,4%, enquanto a taxa de desemprego fixou-se no nível mais baixo dos últimos 50 anos. No entanto, previsões apontam para um abrandamento, durante este ano.
Pequim tentou sem sucesso recrutar a França, Alemanha ou a Coreia do Sul como aliados contra o protecionismo de Trump, mas estes países partilham das mesmas queixas sobre a política industrial e as dificuldades no acesso ao mercado do país asiático.
Alguns fabricantes que exportam para o mercado norte-americano começaram já a deslocar a produção para fora da China, para evitar as taxas alfandegárias.
Num relatório, a empresa de serviços financeiros UBS afirmou, na sexta-feira passada, que 37% de 200 fabricantes inquiridos deslocaram produção nos últimos 12 meses.
O aumento das taxas nos EUA foi o "fator decisivo" para cerca de metade, enquanto outros apontaram o aumento dos custos com mão-de-obra e regulamentação ambiental mais exigente.
"A maior parte das empresas considera que os conflitos comerciais vão escalar", afirmou a USB.
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