page view

Christine Lagarde pede "criatividade" para enfrentar as vulnerabilidades da Europa

Lagarde alertou que "os métodos antigos já não nos podem levar muito mais longe" e apelou à "criatividade" na tomada de decisões.

29 de outubro de 2025 às 21:15

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, pediu esta quarta-feira em Florença, aos responsáveis políticos "criatividade para agir dentro das limitações do presente" e enfrentar os desafios de uma Europa "resiliente, mas também vulnerável".

"Temos um modelo económico aberto que nos expõe a choques globais. No entanto, parecemos incapazes de reduzir essa vulnerabilidade corrigindo o nosso mercado interno e fortalecendo o nosso crescimento doméstico", afirmou Lagarde, citada pela agência Efe, durante um discurso no Palazzo Vecchio, em Florença, no jantar oficial que antecedeu a reunião externa do Conselho do BCE.

Nesse sentido, lembrou que o continente resistiu a "tempestades que poderiam muito bem tê-lo derrubado", como a pandemia, a crise energética ou a guerra, e destacou que conseguiu fazê-lo graças à "resiliência das suas políticas, suas instituições e seu compromisso de agir em conjunto".

"Nos últimos cinco anos, enfrentámos a pior pandemia desde a década de 1920, as tarifas aduaneiras americanas mais elevadas desde 1930, o choque energético mais profundo desde os anos 70 e a guerra terrestre mais devastadora em solo europeu desde os anos 90", detalhou.

Apesar dessa capacidade de resistência, Lagarde alertou que "os métodos antigos já não nos podem levar muito mais longe" e apelou à "criatividade" na tomada de decisões.

Embora os Estados-Membros concordem geralmente com o que deve ser feito, "a governação impede-nos frequentemente de o fazer com suficiente determinação", sublinhou, alertando que o processo de tomada de decisões na União Europeia "se tornou demasiado lento, demasiado complexo e demasiado refém dos vetos dos diferentes Estados-Membros".

Lagarde incentivou também a criação de regimes europeus comuns que permitam aplicar normas partilhadas "sem esperar por uma convergência nacional total" e falou em "aprofundar a cooperação entre grupos de países dispostos a avançar mais rapidamente, não como clubes exclusivos, mas como pioneiros cujo progresso fortalece o conjunto".

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

o que achou desta notícia?

concordam consigo

Logo CM

Newsletter - Exclusivos

As suas notícias acompanhadas ao detalhe.

Mais Lidas

Ouça a Correio da Manhã Rádio nas frequências - Lisboa 90.4 // Porto 94.8