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Coreia do Sul preside ao Conselho de Segurança da ONU com foco na Inteligência Artificial

Dará prioridade à Inteligência Artificial e a potenciais benefícios e riscos dessa tecnologia no campo da segurança internacional.

02 de setembro de 2025 às 20:10

A Coreia do Sul assumiu esta terça-feira a presidência mensal do Conselho de Segurança da ONU, durante a qual dará prioridade à Inteligência Artificial e a potenciais benefícios e riscos dessa tecnologia no campo da segurança internacional.

O diplomata sul-coreano junto das Nações Unidas (ONU), Sangjin Kim, apresentou hoje à imprensa a sua agenda para setembro, indicando que convocou para dia 24 um debate aberto sobre a relação entre a Inteligência Artificial e a paz e segurança internacionais, no qual participará o Presidente da Coreia do Sul, Lee Jae-myung, e o secretário-geral da ONU, António Guterres.

"Escolhemos a Inteligência Artificial como tema porque acreditamos que, para que o Conselho de Segurança permaneça relevante, é necessário considerar o impacto das tecnologias emergentes na paz e segurança internacionais", defendeu o diplomata.

Dado o rápido desenvolvimento e a disseminação global desta tecnologia, Seul considera que uma discussão de alto nível no Conselho de Segurança é oportuna e necessária "para maximizar os benefícios e minimizar os seus riscos".

"Esperamos que este debate aberto ajude a promover a compreensão das oportunidades e desafios associados à Inteligência Artificial entre os membros da ONU e que a inovação em Inteligência Artificial contribua para o avanço da paz e segurança internacionais", acrescentou.

Para o dia seguinte, 25 de setembro, está agendado um diálogo interativo informal de nível ministerial com representantes da Liga dos Estados Árabes.

A Coreia do Sul espera que o evento seja focado no momento crucial que o Médio Oriente atravessa, assim como na colaboração e cooperação entre a ONU e os próprios países árabes.

A presidência sul-coreana do Conselho de Segurança coincidirá com a 80ª Assembleia-Geral da ONU, cujo debate de alto nível - que juntará em Nova Iorque dezenas de chefes de Estado e de Governo -- irá arrancar a 23 de setembro.

Antes da semana de alto nível na ONU, em 19 de setembro, a Coreia do Sul, juntamente com a Dinamarca e com o Paquistão, convocarão um evento focado no futuro das operações de paz da ONU, que tem estado sob discussão a propósito da reforma do sistema das Nações Unidas.

O evento permitirá, explicou o diplomata, que António Guterres forneça uma atualização sobre a revisão das operações de paz e que os Estados-membros partilhem as suas perspetivas, com o objetivo de tornar as operações de paz da ONU "mais ágeis, personalizadas e adaptáveis aos desafios atuais e futuros".

A agenda global de Mulheres, Paz e Segurança também será uma prioridade para a Coreia do Sul, que agendou para 17 de setembro uma reunião sobre a Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão, na qual será reafirmada a "inabalável solidariedade para com as mulheres afegãs e será destacado o seu papel crucial no desenvolvimento do Afeganistão", disse Sangjin Kim.

Além do Afeganistão, o Conselho de Segurança também vai abordar este mês a situação no Iémen e na Síria, os colonatos israelitas, a situação na República Democrática do Congo e questões de não-proliferação relacionadas com as armas químicas da Síria.

Quanto a votações, o Conselho de Segurança decidirá a renovação do regime de sanções do Sudão e a prorrogação da Missão Multinacional de Apoio à Segurança do Haiti.

"Dada a gravidade da situação e dependendo de como se desenrola, acreditamos que reuniões adicionais sobre a Ucrânia, Gaza e Sudão poderão ser convocadas, caso solicitado", explicou ainda.

Questionado sobre a deslocação do líder norte-coreano, Kim Jong-un, a Pequim, para participar num desfile militar com os seus homólogos chinês e russo, o diplomata sul-coreano admitiu estar a monitorizar de perto a viagem.

"Acreditamos que a viagem de Kim Jong-un e a possível cimeira com os países vizinhos precisam de ser realizadas de forma a trazer paz e estabilidade à Península Coreana e a ajudar a alcançar o nosso objetivo comum de desnuclearização da Península Coreana. Espero que os nossos países vizinhos desempenhem um papel construtivo nesse sentido", instou.

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