Líderes dos dois países confirmam novo encontro ainda este ano. Termina agora uma guerra de quase 70 anos.
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Os líderes das coreias do Norte e do Sul cumprimentaram-se esta sexta-feira com um aperto de mão na zona desmilitarizada entre os dois países, onde vai decorrer a cimeira já classificada de "histórica" entre Kim Jong-un e Moon Jae-in.
De acordo com as imagens transmitidas em direto pelas televisões noticiosas internacionais, o aperto de mão deu-se em cima da linha que separa os dois países, com ambos os líderes sorridentes e com o presidente da Coreia do Sul a dizer ao seu homólogo do norte: "estou feliz por o ver".
De seguida Kim Jong-un deu um passo em frente e entrou em território sul-coreano, tendo de imediato convidado Moon Jae-in a saltar consigo a fronteira e pisar solo norte-coreano, novamente sob aplausos dos presentes.
Após o cumprimento, acompanhado por aplausos pelas comitivas dos dois líderes, Kim Jong-un recebeu um ramo de flores das mãos de duas crianças e seguiu, ao lado de Moon Jae-in, para uma guarda de honra.
Cimeira histórica
Os líderes das duas Coreias reúnem-se esta sexta-feira numa cimeira histórica que poderá abrir caminho a um acordo de paz formal e à desnuclearização da península Coreana. O encontro entre o sul-coreano Moon Jae-in e o norte-coreano Kim Jong-un, que foi planeado ao milímetro, serve também como uma espécie de ‘balão de ensaio’ para a aguardada cimeira entre o líder da Coreia do Norte e o presidente norte-americano, Donald Trump.
Moon e Kim têm encontro marcado na Casa da Paz de Panmunjom ao início da madrugada (hora em Portugal). O arranque do histórico evento estava marcado para as 09h30 locais, 01h30 da madrugada em Lisboa, com a chegada de Kim Jong-un, que é o primeiro líder norte-coreano a pisar solo da Coreia do Sul desde 1953.
As negociações propriamente ditas deveriam arrancar uma hora depois e prolongar-se por pelo menos duas horas. Os dois líderes iriam então almoçar em separado e voltariam a juntar-se depois para plantar um pinheiro na fronteira, simbolizando "paz e prosperidade". Nenhum detalhe foi deixado ao acaso: a terra e água vieram das principais montanhas e rios de ambos os lados da fronteira. Após a cerimónia, os dois líderes iam prosseguir as negociações até à hora do jantar, desta vez em conjunto.
Depois de no ano passado ter feito aumentar a tensão na região com testes nucleares e de mísseis e provocações repetidas aos EUA, Kim Jong-un surpreendeu ao afirmar-se disponível para o diálogo, abertura que possibilitou uma reaproximação sem precedentes à Coreia do Sul e permitiu a participação conjunta nos Jogos Olímpicos de Inverno, em fevereiro. O líder norte-coreano diz agora estar disposto a discutir a "desnuclearização total" da península Coreana, fazendo aumentar a expectativa para o encontro com Donald Trump, em maio ou junho.
Menu simbólico com o melhor de ambos os países
Numa cimeira de grande carga simbólica, nem o menu do jantar escapa. Além de pratos tradicionais dos dois países, os chefs incluíram na ementa rösti suíço, numa referência aos anos em que Kim Jong-un estudou no país, e peixe de Busan, cidade de onde é oriundo Moon Jae-in. Já a sobremesa é uma mousse de manga com o mapa da Coreia unificada, para deixar um gosto doce na boca.
Colapso de túneis forçou suspensão de testes nucleares
O anúncio da suspensão de todos os ensaios nucleares pela Coreia do Norte poderá não ser um gesto de boa vontade, como foi interpretado, mas antes uma contingência forçada devido ao colapso de parte dos túneis onde eram realizados os testes atómicos. Imagens de satélite comprovam derrocadas após o último teste, em setembro.
Trump avalia opções para o encontro
Donald Trump disse ontem estar a "avaliar todas as opções" para o seu encontro com Kim Jong-un, adiantando que estão a ser ponderadas "três ou quatro" datas entre maio e junho e "cinco locais diferentes". Trump tem-se mostrado otimista, apesar de caucionar que tudo dependerá da postura do líder norte-coreano. "Posso abandonar os trabalhos rapidamente – de forma respeitosa. Mas o encontro pode até não se realizar. Quem sabe… Eles querem muito esta cimeira", disse o presidente, que recentemente chamou a si os louros pela inesperada decisão de Pyongyang em negociar.
Tratado de paz
O encontro dos dois presidentes servirá para assinar um tratado de paz que está pendente desde o final da guerra entre Norte e Sul, que ocorreu entre 1950 e 1953. Foi declarado o armistício, mas a paz nunca foi assinada, pelo que, tecnicamente, os dois países estão oficialmente em guerra há quase 68 anos.
Como forma de demonstrar o início de um novo período, os líderes plantaram um pinheiro que, de acordo com a cultura coreana, simboliza "paz, prosperidade e amizade". Para realizar a tarefa, foi usada água e terra de ambos os países.
O pequeno gesto tem um grande peso para ambos os presidentes e Kim Jong-un afirma que "uma nova história começa agora".
Reino Unido saúda cimeira coreana mas mantém reservas sobre questão nuclear
"Estou muito encorajado sobre o que está a acontecer", disse Johnson à margem de uma reunião da NATO em Bruxelas acrescentando que ainda é cedo para chegar a conclusões sobre a questão da energia nuclear.
"Face à história dos planos de desenvolvimento de armas nucleares da Coreia do Norte não creio que ninguém possa estar otimista, nesta altura. Mas o encontro entre os dois líderes é claramente uma boa notícia", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico.
Líderes confirmam novo encontro ainda este ano. Está terminada a guerra de quase 70 anos.
"O Sul e o Norte confirmaram a sua meta comum de conseguir uma península livre de armas nucleares através da completa desnuclearização", declara um documento assinado por ambos.
Os líderes informaram também que se realizará um novo encontro no final deste ano. O presidente da Coreia do Sul irá a Coreia do Norte no outono deste ano.
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