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AstraZeneca diz que alteração de nome para Vaxzevria não afeta distribuição da vacina

Fonte oficial da farmacêutica AstraZeneca indica em resposta escrita que "a mudança para um nome comercial é habitual e está planeada há vários meses".

30 de março de 2021 às 18:44

A AstraZeneca justificou hoje a alteração do nome da sua vacina contra covid-19 para Vaxzevria com razões comerciais, assegurando que "não significa qualquer mudança" na distribuição do fármaco, após críticas de produção insuficiente para a União Europeia (UE).

A vacina da AstraZeneca contra a covid-19 passou a denominar-se Vaxzevria após o aval da Agência Europeia do Medicamento (EMA), anunciou hoje o regulador, divulgando que até quinta-feira passada tinham sido administradas 10 milhões de doses deste fármaco.

Questionada pela agência Lusa sobre o anúncio, fonte oficial da farmacêutica AstraZeneca indica em resposta escrita que "a mudança para um nome comercial é habitual e está planeada há vários meses".

"Esta alteração não significa qualquer mudança na política da AstraZeneca de distribuição da vacina -- sem lucro durante a pandemia", adianta a mesma fonte.

A informação sobre a nova designação desta vacina -- envolta em polémica por a farmacêutica ter falhado o acordado com Bruxelas sobre entregas para a UE e pelo surgimento de coágulos sanguíneos em vacinados -- consta de uma atualização ao produto, hoje publicada pela EMA.

Nessa atualização sobre o fármaco datada de segunda-feira, a EMA divulga que, além da mudança do nome, "foi incluído na informação sobre o produto um aviso sobre eventos de coágulos sanguíneos específicos muito raros, enquanto estão em curso mais investigações sobre uma possível relação causal com a vacina".

O regulador europeu refere ainda que, desde a aprovação da vacina na UE em 29 de janeiro passado e até à passada quinta-feira, "mais de 10 milhões de doses de Vaxzevria foram administradas na UE e Espaço Económico Europeu", muito abaixo das 120 milhões de doses acordadas entre a farmacêutica e a Comissão Europeia para este primeiro trimestre.

Outra polémica esteve relacionada com os episódios de aparecimento de coágulos sanguíneos e da morte de pessoas inoculadas com este fármaco, que levaram a maioria dos países europeus, incluindo Portugal, a suspender por uns dias a administração desta vacina, situação ultrapassada após a EMA garantir que é "segura e eficaz".

No que toca à campanha de vacinação europeia, até à passada quinta-feira, 18,2 milhões adultos dos perto de 400 milhões de cidadãos da UE tinham já recebido a segunda dose da vacina contra a covid-19, levando a que só 4,1% da população europeia estivesse completamente imunizada.

Bruxelas atribuiu estes níveis baixos de inoculações aos problemas de entrega das vacinas da Vaxzevria para a UE, exigindo que a farmacêutica recupere os atrasos na distribuição e honre o contratualizado.

Atualmente, estão aprovadas quatro vacinas na UE: Pfizer/BioNTech (Comirnaty), Moderna, Vaxzevria e Janssen (grupo Johnson & Johnson, ainda não está em distribuição).

Até ao final deste primeiro trimestre, de acordo com Bruxelas, chegarão à UE quase 100 milhões de doses de vacinas, a grande parte da Pfizer/BioNTech (66 milhões, mais do que os 65 milhões inicialmente acordadas), da Vaxzevria (30 milhões de um total de 120 milhões inicialmente acordadas) e da Moderna (10 milhões).

Para o segundo trimestre, a expectativa do executivo comunitário é que cheguem 360 milhões de doses à UE, principalmente da Pfizer/BioNTech (200 milhões), da Vaxzevria (70 milhões de um total de 180 milhões inicialmente acordadas), da Janssen (55 milhões) e da Moderna (35 milhões).

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