Governo de Havana decidiu sair do programa depois de Jair Bolsonaro afirmar que cortaria relações com a ilha.
1 / 4
A decisão do governo de Cuba de romper o acordo que tinha com o Brasil no programa social "Mais Médicos", que levava médicos cubanos para regiões brasileiras remotas e carenciadas, pode deixar centenas de cidades sem um único médico. O governo de Havana decidiu sair do programa depois do presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, afirmar há dias que cortaria relações com a ilha por ser governada por uma ditadura que explora o seu povo e não respeita os direitos humanos.
Durante a campanha eleitoral, Bolsonaro já tinha dito, num comício na cidade de Presidente Prudente, que expulsaria os cubanos que participam no "Mais Médicos". Ao seu estilo agressivo, Bolsonaro disse na altura suspeitar que entre os supostos médicos cubanos deveria haver pessoas que nem médicos são e outras que foram para o Brasil com intuitos suspeitos, chegando até a citar a presença de militares de Cuba no programa social.
Criado por Dilma Rousseff em 2013 para levar médicos a áreas extremamente pobres e remotas onde os profissionais brasileiros não querem trabalhar, o "Mais Médicos" tem neste momento um pouco mais de 16 mil profissionais de diversos países espalhados por todo o Brasil, dos quais 8556 são cubanos. Se os médicos cubanos deixarem o programa e o país, haverá o que autoridades locais e regionais já classificaram como um "mega-apagão" na área da saúde.
Os médicos cubanos estão espalhados por mais de 600 cidades brasileiras, principalmente pequenas cidades no nordeste e no extremo norte. Em boa parte dessas cidades, os cubanos são os únicos médicos existentes numa vasta região.
Esta quarta-feira, perante a forte repercussão negativa no Brasil às suas declarações e à retaliação cubana, Jair Bolsonaro tentou encontrar um caminho que permita romper com Cuba mas manter os médicos cubanos no Brasil. Ele afirmou que, ao assumir, em Janeiro, dará asilo político a todos os médicos cubanos que o pedirem e quiserem continuar a trabalhar no Brasil.
Ao contrário do que acontece com médicos de muitos outros países que participam no "Mais Médicos", os cubanos sempre foram assunto polémico, principalmente pela diferenciação no tratamento. Enquanto a todos os outros médicos dos mais variados países o governo brasileiro paga diretamente, no caso dos cubanos a soma dos ordenados da totalidade dos médicos é enviado para Cuba, cujo governo fica com a maior parte e dá apenas uma pequena quantia para os profissionais ou as suas famílias, impedidas de sair da ilha e de se juntarem a eles no Brasil.
O governo de Cuba, cuja decisão foi tornada pública esta quarta-feira pelo próprio Bolsonaro, ainda não especificou quando os médicos cubanos terão de deixar o Brasil. Autarcas de todo o Brasil e entidades ligadas à área da saúde estão a apelar a Bolsonaro para que abra um canal de negociação com Cuba e evite a saída em massa dos médicos cubanos, mas o presidente eleito já avançou que o Brasil forma 20 mil médicos por ano e não terá dificuldade em repor as vagas deixadas pelos profissionais de Cuba, o que na prática pode não ser bem assim, pois os brasileiros na sua maioria querem trabalhar em grandes e ricas cidades.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.