Foram iniciadas as tarefas de restabelecimento do Sistema Elétrico Nacional (SEN) que, nas últimas ocasiões, levou dias.
Cuba sofreu esta quarta-feira um novo apagão em todo o país, o quinto de caráter nacional em menos de dois anos, indicou nas redes sociais a estatal União Elétrica (UNE), informação já confirmada pelo Ministério da Energia e Minas cubano.
O corte geral de energia, que afetou mais de nove milhões de cubanos, ocorreu às 09h14 (14h14 em Lisboa), aparentemente após uma falha na central termoelétrica Antonio Guiteras de Matanzas (oeste), uma das principais do país.
"Ocorreu uma desconexão total do Sistema Elétrico que pode estar associada a uma saída inesperada da Central de Guiteras. No entanto, as causas estão a ser investigadas. O processo de restabelecimento já começou", escreveu nas redes sociais o Ministério da Energia e Minas (Minem).
O Minem acrescentou que já foram iniciadas as tarefas de restabelecimento do Sistema Elétrico Nacional (SEN), "um procedimento lento e trabalhoso" que, nas últimas ocasiões, levou dias.
O processo implica começar a gerar energia com fontes de arranque simples (solar, hidroelétrica, motores de geração) para ir prestando serviço a pequenas áreas que depois vão sendo interligadas.
O objetivo é levar o mais rápido possível energia suficiente às centrais termoelétricas do país, o pilar da geração elétrica em Cuba, para que possam voltar a funcionar e produzir energia.
O SEN sofreu uma queda parcial no domingo à noite, quando a rotura de um cabo de alta tensão deixou cinco províncias do leste do país sem fornecimento durante horas.
Além das avarias, os apagões por falta de capacidade de produção de eletricidade são uma constante há anos em Cuba, mas agravaram-se consideravelmente nos últimos meses. A duração média dos cortes em julho e agosto foi de 15 a 16 horas, de acordo com a UNE.
Nos últimos dois anos, foram registadas outras quatro quedas nacionais do SEN, duas das quais devido à passagem de furacões e as outras duas à grande precariedade com que o sistema elétrico opera em Cuba.
Os apagões são já, aliás, segundo um estudo sobre direitos sociais divulgado terça-feira pelo Observatório Cubano de Direitos Humanos (OCDH), a principal preocupação da população de Cuba, à frente da crise alimentar e do custo de vida, em segundo e terceiro lugar, respetivamente.
Segundo o observatório, crítico do governo, 72% dos cubanos dizem estar preocupados com os repetidos cortes no fornecimento de energia elétrica na ilha, um ponto a mais do que aqueles que mencionam a falta de alimentos, enquanto o custo de vida (61%), os salários (45%) e a saúde pública (42%) vêm nos lugares seguintes.
O estudo, elaborado a partir de 1.344 entrevistas, pretende colocar o foco na situação social de um país em que 89% da população estaria em situação de extrema pobreza -- entendida como tal um rendimento pessoal diário inferior a 1,90 dólares (1,62 euros). Sete em cada dez cubanos saltam alguma refeição por falta de recursos, enquanto o desemprego ronda os 12%.
O Estado continua a ser o principal empregador, com 48% dos inquiridos, embora 9% conciliem esse trabalho com outros empregos em pequenas empresas ou sejam autónomos, conhecidos na ilha como "cuentapropistas". A percentagem cresce entre os mais jovens e, em termos de destinos, 30% referem os Estados Unidos, embora 34% optem por "qualquer lugar" desde que possam sair do país.
A China e a Rússia, aliados políticos do governo de Miguel Díaz-Canel, atraem apenas 2% dos potenciais emigrantes. Estes expatriados podem, por sua vez, tornar-se fundamentais para a economia cubana, uma vez que o número de famílias que recebem remessas aumentou para 37%.
Embora quase metade dos entrevistados não tenha querido revelar o montante, a maioria dos que responderam situou-se na faixa entre 51 e 100 dólares (entre os 42,53 euros e os 85,83 euros).
O relatório também eleva para 92% o nível de desaprovação do Executivo. A taxa de popularidade é de 5%, mas se se considerar apenas os jovens entre 18 e 30 anos, o dado cai para 3,4%.
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