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Da "gripezinha" ao "não faço milagres": como Bolsonaro tem desvalorizado a pandemia de coronavírus

Presidente brasileiro desvalorizou a Covid-19 desde o início. Atualmente o Brasil já tem mais mortos que a China.

29 de abril de 2020 às 17:34

Desde as primeiras notícias sobre o coronavírus que o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, sempre desvalorizou a situação. O presidente chegou a ignorar os avisos da necessidade do isolamento social e tornou-se alvo de diversas críticas em tudo o mundo. 

Esta terça-feira, o Brasil superou o número de mortos que a China tinha registado e Bolsonaro reagiu com esta frase: "E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre". A reação gerou uma onda de revolta entre os brasileiros e ecoou em vários pontos do mundo.

Mas vamos ao início. De que forma tem encarado o presidente brasileiro a esta crise sanitária?

 

A 28 de janeiro, Bolsonaro mencionou que haviam famílias de brasileiros na China. O presidente brasileiro afirmou que "não seria oportuno" tirar essas famílias das regiões onde estavam para não se colocarem em risco "por uma família apenas". 

10 de março. Bolsonaro diz que a "questão do coronavírus" não é "isso tudo" e se trata muito mais de uma "fantasia" criada pela comunicação social do mundo todo.

Uns dias depois, a 15 de março, Bolsonaro ignorou todos os avisos por parte do Ministério da Saúde e cumprimentou os seus apoiantes. "Se eu resolvi apertar a mão do povo, desculpe, eu não convoquei o povo a ir às ruas, isso é um direto meu. Afinal de contas, eu vim do povo", justificou na altura. 

Posteriormente, Jair Messias Bolsonaro, referiu-se ao coronovírus como uma "gripezinha". "Depois de sobreviver à facada, não vai ser uma gripezinha que me vai derrubar", declarou o presidente brasileiro. A declaração foi uma alusão à facada que sofreu em 2018 durante um acto das presidenciais.

22 de março. "Brevemente o povo saberá que foi enganado pelos governadores e por grande parte da media nessa questão do coronavírus", argumentou Bolsonaro numa entrevista à Record TV. Dizia ainda: "Senhores governadores, sejam responsáveis e espero que mais à frente não queiram me culpar pela quantidade de milhões e milhões de desempregados".Dois dias depois ignorava os conselhos de encerrar as escolas porque o grupo de risco não eram os mais jovens. No mesmo dia afirmava ainda: "Pelo meu histórico de atleta, não teria de preocupar-me se fosse contaminado pelo coronavírus". 

26 de março. "Eu acho que não vai chegar a esse ponto [situação dos Estados Unidos]. Até porque o brasileiro tem que ser estudado. Ele não pega nada. O sujeito pula num esgoto e sai mergulhando, não acontece nada com ele", dizia então à imprensa brasileira.

Já em abril, dia 2, o presidente pedia um jejum religioso aos brasileiros para se verem livres do mal: "Vamos, junto com pastores e religiosos, pedir um dia de jejum ao povo brasileiro em nome de que o Brasil fique livre desse mal o mais rápido possível".

A 12 de abril, Bolsonaro dizia que "essa questão do vírus" estava a ir embora, no entanto, o desemprego galopava.

Mais recentemente, dia 20, Bolsonaro é confrontado com o número de mortos crescente no Brasil. O presidente respondeu assim: "Não sou coveiro".

Por fim, esta terça-feira, voltou a ter declarações polémicas ao dizer "e daí" referindo-se ao número de mortos no Brasil ter superado os da China. O brasileiro defendeu-se acusando a imprensa brasileira de não ter colocado o contexto da frase por ter dito que lamentava o número de mortos e isso não ter sido o foco dos jornalistas.

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