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De Arafat só fiquei com o orgulho

A viúva do antigo líder palestiniano, Yasser Arafat, quebrou finalmente o silêncio para se defender das acusações de que é alvo pelos palestinianos, assegurando que não vive luxuosamente à conta da fortuna do marido e que a única coisa que dele herdou foi “o orgulho de ser palestiniana”.

13 de novembro de 2007 às 00:00

As declarações foram feitas por ocasião do terceiro aniversário da morte de Arafat, que ficou marcado por violentos confrontos entre apoiantes do Hamas e da Fatah em Gaza.

Desde que foi anunciado o seu casamento com Arafat – em 1992, dois anos depois da cerimónia secreta, na sede da OLP em Tunes – que Suha Arafat é alvo dos mais variados rumores. Que só estava interessada no dinheiro do marido, que tinha amantes, que abandonou Arafat à sua sorte enquanto gastava o seu dinheiro em Paris, que recebe uma pensão milionária da Autoridade Palestiniana e que deitou mão à considerável fortuna pessoal do antigo líder palestiniano.

Agora, numa entrevista ao diário ‘al Jayat’, desmente todos os rumores, afirmando ser apenas “uma normal mãe palestiniana”. “É tudo mentira. Abu Amar (nome de guerra de Arafat) vivia de forma modesta e não me deixou qualquer herança material, nem casas, nem terrenos, nem dinheiro. Apenas o seu orgulho histórico”, afirma a viúva, que actualmente reside em Malta com a filha, Zahwa, numa casa paga pelo líder líbio, Muammar Khadafi.

De Arafat, recorda “o homem, o pai e o lutador”, e garante que não voltará a casar. “Depois de ter estado com um homem perfeito, não voltarei a casar”, garante.

VIOLÊNCIA

Entretanto, em Gaza, uma cerimónia em homenagem a Arafat promovida pela Fatah ficou ontem marcada pela violência, depois de militantes deste grupo e do Hamas se envolverem em trocas de tiros. Pelo menos seis civis morreram e mais de 80 pessoas ficaram feridas.

Suha Arafat tornou-se conhecida ao casar com o líder palestiniano Yasser Arafat. A cerimónia ocorreu na sede da OLP em Tunes, em 1990, mas só foi tornada pública dois anos depois. Suha conheceu Arafat em Paris, quando lhe serviu de tradutora durante uma visita. Arafat convidou-a depois para trabalhar com ele na Tunísia. Os palestinianos sempre desconfiaram dela, talvez por ser cristã, e foi várias vezes acusada de ser gastadora. Nunca lhe perdoaram o facto de ter continuado a viver em Paris enquanto o marido se encontrava cercado pelos blindados israelitas em Ramallah.

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