Empresa controlada por Elon Musk tomou medidas não especificadas para impedir que as forças ucranianas usem a tecnologia Starling contra os invasores russos.
Os ucranianos reagiram esta quinta-feira com perplexidade às declarações, de uma das responsáveis da Starlink, de que a Ucrânia "transformou" o serviço de Internet via satélite, que tem sido fundamental militarmente para a sobrevivência contra a invasão russa.
Gwynne Shotwell, presidente da Spacex, que gere a Starlink, disse também esta quarta-feira, no mesmo local, que a empresa controlada por Elon Musk tomou medidas não especificadas para impedir que as forças ucranianas usem a tecnologia Starling contra os invasores russos, noticiou a agência Associated Press (AP).
A rede de satélites de órbita baixa tem sido crucial para o uso de 'drones' no campo de batalha pela Ucrânia, um elemento central da guerra que está perto de assinalar um ano, sendo que os defensores do país não têm uma alternativa viável.
As ligações por satélite ajudam os combatentes ucranianos a localizar o inimigo e direcionar ataques de artilharia de longo alcance.
Numa conferência, em Washington, Shotwell referiu: "Ficamos muito satisfeitos em poder fornecer conectividade à Ucrânia e ajudá-los na sua luta pela liberdade. Nunca foi planeado para ser armado. No entanto, os ucranianos aproveitaram isso de formas não intencionais e que não fazem parte de nenhum acordo".
Em declarações à margem com repórteres do The Wall Street Journal e outras organizações de notícias, Shotwell acrescentou que a SpaceX trabalhou para restringir o uso do Starlink pela Ucrânia para fins militares.
"Há coisas que podemos fazer para limitar a sua capacidade. Há coisas que podemos fazer e já fizemos", revelou, segundo estes órgãos de comunicação, sem acrescentar mais detalhes.
As palavras resultaram em críticas por parte de Mykhailo Podolyak, um importante assessor do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que através da rede social Twitter frisou que a SpaceX precisa de se decidir se está do lado do direito da Ucrânia à liberdade ou do lado da Rússia de matar e conquistar territórios.
Não ficou claro se os comentários de Shotwell foram feitos por insistência de Musk, fundador, CEO e engenheiro-chefe da SpaceX, empresa que ainda não reagiu a um pedido de comentário, noticia a AP.
Também não houve indicação de interrupção do serviço Starlink na Ucrânia.
Em comunicado, o ministro da Transformação Digital ucraniano, Mykhailo Fedorov, garantiu que não se registaram "problemas com a operação dos terminais de uplink Starlink na Ucrânia".
A 'constelação' de 2.200 satélites tem sido uma tábua de salvação para o país desde a invasão da Rússia em 24 de fevereiro, especialmente vital enquanto a Ucrânia luta para manter a energia elétrica e as telecomunicações em operação.
No comunicado, Fedorov elogiou Musk, considerando-o "um dos maiores doadores privados da futura vitória" da Ucrânia, estimando as contribuições da SpaceX em mais de 100 milhões de dólares (cerca de 93 milhões de euros).
Um oficial militar ucraniano considerou as declarações de Shotwell como "estranhas", dado o facto bem estabelecido do uso do Starlink pelo país como uma ferramenta de combate, referiu a AP.
Musk causou polémica em outubro, irritando mesmo Zelensky, ao defender que para alcançar a paz, a Rússia deveria ter permissão para manter a Península da Crimeia, que conquistou em 2014 e que a Ucrânia deveria adotar um estatuto neutro, desistindo da tentativa de ingressar na NATO.
DMC // RBF
Lusa/Fim
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