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Direita e Esquerda testam força no Dia da Independência do Brasil

Em dezenas de cidades por todo o país, com particular ênfase para as capitais regionais, movimentos políticos ligados a Lula da Silva, por um lado, e a Jair Bolsonaro, por outro, vão estar nas ruas.

07 de setembro de 2025 às 13:46

Mais do que a costumeira comemoração do Dia da Independência, que se assinala no Brasil este 7 de Setembro, os brasileiros vão assistir este domingo a importantes testes de força e apoio popular tanto da direita quanto da esquerda. Em dezenas de cidades por todo o país, com particular ênfase para as capitais regionais, movimentos políticos ligados a Lula da Silva, por um lado, e a Jair Bolsonaro, por outro, vão tentar mostrar nas ruas quem é que tem mais apoio em momentos diferentes para as duas correntes.

Lula da Silva, que nos últimos dois anos conheceu uma verdadeira derrocada na sua popularidade e tinha praticamente dito adeus ao seu projeto de se reeleger para a presidência brasileira em 2026, ganhou um inesperado e forte impulso com as sanções impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, ao Brasil e quer surfar nessa súbita onda. Experiente, Lula, que completará 80 anos em Outubro, percebeu que a bandeira do nacionalismo e da soberania nacional contra as agressões dos EUA conseguiu anular, ou, pelo menos, atenuar as críticas ao mau desempenho do seu governo, e quer aproveitar ao máximo essa oportunidade e mostrar aos aliados hesitantes que tem força para conquistar o quarto mandato presidencial no ano que vem.

Para a direita, principalmente para a extrema-direita, o dia é ainda mais importante, pois está em jogo, além das eleições gerais e presidenciais de 2026, o futuro político e até a liberdade do seu principal nome, Jair Bolsonaro. O Dia da Independência este ano caiu, ironicamente, a meio do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) do antigo presidente por tentativa de golpe de Estado, que começou terça-feira passada e deve ter as sentenças divulgadas na próxima sexta, dia 12.

Os atos deste domingo das forças de direita não devem ter qualquer efeito prático no rumo do julgamento, onde é voz unânime que Bolsonaro já entrou condenado, só restando saber o tamanho da pena, mas podem ser decisivos para uma eventual amnistia ao antigo chefe de Estado mais adiante. O projeto de amnistia que pode anular essa esperada condenação de Bolsonaro tem enfrentado forte resistência tanto nas ruas, com pouca adesão a atos anteriores, quanto no Congresso, onde Lula da Silva tem conseguido desmotivar a adesão de deputados e senadores disponibilizando-lhes verbas para obras e projetos, e os bolsonaristas precisam mostrar este 7 de Setembro nas ruas uma força suficiente para atrair parlamentares para a polémica medida.

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