Tiroteio na praia de Bondi matou 16 pessoas. Agressores são pai e filho.
Vídeo mostra pânico na praia após disparos durante ataque mortal em Sydney
AP
No domingo, uma celebração judaica do Hanukkah, na praia de Bondi, em Sydney, Austrália, acabou em tragédia com um tiroteio que tirou a vida a 15 pessoas e a um dos atiradores.
Os suspeitos do ataque eram pai e filho. Tinham respetivamente 50 e 24 anos. O mais velho morreu durante o tiroteio e o mais novo sofreu ferimentos graves e foi levado para o hospital sob custódia policial.
Estima-se que no evento estariam presentes cerca de duas mil pessoas. O ataque foi admitido pelas autoridades como sendo "terrorista".
Matilda, 10 anos
A vítima mais nova é Matilda, de apenas 10 anos. A família da criança é ucraniana e mudou-se para a Austrália, país onde Matilda nasceu, segundo a BBC News.
Na terça-feira foi feita uma vígilia para homenagear a menina. Os pais participaram e explicaram que Matilda perdeu a vida depois de ter sido baleada. Segundo Irina Goodhew, que foi sua professora, Matilda era "uma criança brilhante, alegre e espirituosa que iluminava quem estava ao seu redor".
A irmã de Matilda, também presente no evento, sobreviveu ao ataque.
A escola que Matilda frequentava - Harmony Sydney - também prestou as condolências à família: "É com profunda tristeza que compartilhamos a notícia de que uma ex-aluna da nossa escola faleceu no hospital devido a ferimentos sofridos por um tiro (...) Os nossos pensamentos e sinceras condolências estão com a família, amigos e todos os afetados por este trágico acontecimento".
“Viemos da Ucrânia e a Matilda foi a primeira a nascer na Austrália”: Pais recordam vítima mais nova do tiroteio em Sydney
VÍDEO: AP
Eli Schlanger, 41 anos
Tinha 41 anos e organizou o evento onde acabaria por vir a ser morto. Conhecido como "Rabino de Bondi", segundo a BBC News, nasceu na Grã-Bretanha e era pai de cinco filhos, o mais novo tinha apenas dois meses. Eli era chefe da missão local do Chabad, uma organização judaica hassídica internacional com sede em Brooklyn, nos EUA.
O primo de Eli, Zalman Lewis, descreveu-o como "uma pessoa incrível".
Dan Elkayam, 27 anos
Vivia na Austrália desde o ano passado. A morte de Dan Elkayam, de 27 anos, foi confirmada pelo ministério das Relações Exteriores de França. Trabalhava como analista na multinacional NBCUniversal.
"É com imensa tristeza que soubemos que o nosso compatriota Dan Elkayam estava entre as vítimas do ataque terrorista que atingiu famílias judaicas reunidas na praia de Bondi, em Sydney", lê-se no comunicado do ministério francês.
Nos tempos livres, Dan praticava futebol. Era jogador do Rockdale Ilinden Football Club, na cidade Sydney. De acordo com o clube, Dan era "uma figura extremamente talentosa e popular entre os companheiros da equipa".
Alexander Kleytman, 87 anos
Sobreviveu ao Holocausto e fugiu da Ucrânia para a Austrália. Aos 87 anos perdeu a vida no ataque "terrorista" ao tentar proteger a mulher, Larisa Klyetman.
"Ouvimos um 'boom, boom' e toda a gente se atirou ao chão. Ele estava atrás de mim nessa altura e decidiu aproximar-se, erguendo-se para poder estar perto de mim", explicou a mulher.
A BBC News refere que o homem deixa dois filhos e 11 netos.
Boris e Sofia Gurman, 69 e 61 anos
Casados há quase 35 anos, são duas das 15 vítimas do ataque na praia de Bondi, no passado domingo. Boris Gurman lutou com um dos suspeitos armados antes dos ataques. Em imagens divulgadas, Boris é visto a tirar a arma a um dos agressores, mas acredita-se que o suspeito tenha usado outra arma para matar o casal.
"Boris e Sofia eram devotados à família e um ao outro. Eram o coração da nossa família e a sua ausência deixou um vazio imensurável", disse a família em comunicado divulgado esta terça-feira.
A família descreveu Boris e Sofia como "pessoas que instintivamente e altruisticamente tentavam ajudar os outros".
Peter Meagher, 61 anos
Contratado como fotógrafo 'freelancer' para registar os momentos vividos durante o evento de Hanukkah, Peter Meagher, de 61 anos, acabou por ser abatido a tiro. Durante quase quatro décadas vestiu a farda de polícia de Nova Gales do Sul.
As autoridades, citadas pela BBC News, afirmaram que Peter era "imensamente respeitado pelos colegas" de trabalho. A família frisou a sua "bondade, generosidade a amor".
Reuven Morrison, 62 anos
Em adolescente, na década de 1970, imigrou da antiga União Soviética para a Austrália: "Viemos para cá com a convicção de que a Austrália é o país mais seguro do mundo e que os judeus não enfrentariam esse tipo de antissemitismo no futuro, podendo criar os nossos filhos num ambiente seguro", chegou a referir numa entrevista à ABC.
Reuven Morrison tinha 62 anos, vivia atualmente em Melbourne e era considerado "um empresário de sucesso". O principal objetivo de Reuven "era doar ganhos para instituições de caridade".
Yaakov Levitan, 39 anos
Era "coordenador popular" das atividades do Chabad - movimento judaico - em Sydney e chegou a ser secretário num tribunal da cidade. Yaakov Levitan, de 39 anos, também perdeu a vida no tiroteio do passado domingo na Austrália.
Tibor Weitzen, 78 anos
Tibor Weitzen estava no evento acompanhado pela mulher e netos. Morreu quando estava a tentar proteger dos agressores um amigo da família. Vivia na Austrália desde 1988 depois de ter emigrado de Israel. Segundo a neta, citada pela BBC News, o avô "só via o melhor nas pessoas".
Tibor tinha 78 anos e era membro da Sinagoga Chabad de Bondi.
Marika Pogany, 82 anos
Markia Pogany, de 82 anos, não escapou ao ataque na praia de Bondi que chocou o mundo no passado fim de semana. Conhecida como Omi, foi descrita pela família como "uma mãe, avó, irmã, tia e amiga fiel maravilhosa, cujo carinho e energia tocaram inúmeras vidas".
A família acrescentou que era "vibrante e cheia de vida" e tinha um "dom extraordinário para se conectar com as pessoas".
Boris Tetleroyd, 68 anos
Boris Tetleroyd estava acompanho do filho no evento de Hanukkah. Só ele é que perdeu a vida - o filho ainda se encontra hospitalizado com ferimentos graves, uma vez que também foi baleado.
Para a família, Boris "era um homem gentil, um músico talentoso e um membro valioso da comunidade".
"Honramos a sua vida e o amor que ele tão generosamente dedicou àqueles ao seu redor", acrescentaram os familiares em comunicado.
Edith Brutman, 68 anos
Edith era vice-presidente da filial de Nova Gales do Sul do grupo judaico internacional 'B'nai B'rith'. A sua morte foi confirmada por este grupo, que a descreveu como "uma mulher gentil e um membro dedicado".
"Era uma mulher muito inteligente e extremamente apaixonada por combater o preconceito e a discriminação. Ela estava sempre presente e tinha opiniões muito fortes", disse Ernie Friedlander, colega de Edith.
Adam Smyth, 50 anos
Estava a fazer uma caminhada com a mulher Katrina na praia de Bondi quando foi surpreendido pelos agressores. Adam Smyth, de 50 anos, foi uma das vítimas do ataque. Era pai de quatro filhos. Segundo a família, o casal estava " a viver a melhor fase da vida juntos".
Adam Smyth adorava desporto.
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