Josh Medeiros, também com origens lusas, frequentou a mesma escola que Jack Teixeira no segundo ciclo.
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Jack Teixeira, o jovem de 21 anos detido na quinta-feira por suspeita de divulgação de documentos militares confidenciais norte-americanos, foi hoje descrito à Lusa como "um rapaz normal" por um ex-colega de escola lusodescendente.
Em North Dighton, nas proximidades da residência onde Jack Teixeira vivia e onde foi detido, o jovem Josh Medeiros falou brevemente com a Lusa sobre o caso que abalou a pacata localidade no estado de Massachussets.
De acordo com Medeiros, Jack Teixeira "era um rapaz normal" nos tempos em que frequentavam a mesma escola no segundo ciclo.
Contudo, apesar de viverem a apenas 3,5 quilómetros de distância, os dois perderam o contacto nos últimos anos.
"Não sei realmente o que se tem passado com ele, já não falamos há alguns anos, desde que frequentávamos a mesma escola. Posteriormente fomos para escolas diferentes e perdemos o contacto. Mas ele era um rapaz normal. Não sei no que ele se tornou, mas era um rapaz normal naquela ocasião", disse.
"Já não me lembrava da sua existência, se não fosse este caso", acrescentou o jovem lusodescendente.
A mãe de Teixeira, Dawn Dufault, e o seu padrasto, Thomas Dufault, moram em North Dighton, numa área florestal, onde a mulher mantém um negócio de floricultura.
Na página da rede social Facebook do seu negócio de flores, Dawn frequentemente elogiava as conquistas académicas e profissionais do filho.
"Jack volta hoje para casa, com a escola técnica completa, pronto para começar a sua carreira na Guarda Aérea Nacional", escreveu a mulher em 3 de junho de 2021, na legenda de uma fotografia de um balão de boas-vindas, segundo o jornal New York Post.
A Lusa verificou junto à casa da família de Jack Teixeira que o negócio de flores se encontra fechado pelo menos desde quinta-feira, desde a detenção do jovem, um membro da Guarda Aérea Nacional do Massachusetts de 21 anos, suspeito de divulgação de documentos militares confidenciais.
Dois moradores da região falaram com a Lusa sobre o caso e, apesar de serem de áreas políticas diferentes - um Democrata e outro Republicano - ambos consideraram inconcebível o facto de um jovem de 21 anos ter acesso a informação tão sensível e sigilosa.
"É apenas um miúdo que acabou de arruinar a própria vida. A culpa é dos seus superiores militares, que lhe deram acesso a este tipo de material. Tudo isso, conjugado com a imaturidade de um rapaz de 21 anos, que quis mostrar poder perante um grupo de amigos, resultou neste desfecho", disse à Lusa Robert, um Democrata da região de Nova Inglaterra.
"É uma questão de ego masculino e isso é algo que tem prejudicado os Estados Unidos", acrescentou.
Também Aleksy, um fiel apoiante de Donald Trump e do lema "America First" (América Primeiro, na tradução para português), considerou que a culpa pesa sobre os militares que deram a Jack Teixeira a possibilidade de aceder a informação confidencial e defendeu que o despedimento desses superiores era uma ação justa a adotar.
"Espero que este caso sirva de exemplo e que o rapaz fique na prisão pelo resto da vida", afirmou o Republicano.
O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ordenou na sexta-feira que os serviços de informações "protejam ainda mais" os documentos confidenciais, após este caso que abalou Washington nos últimos dias.
"Enquanto continuamos a determinar a autenticidade desses documentos, instruí as agências militares e de informações para tomarem medidas para proteger e limitar ainda mais a distribuição de informações confidenciais. A nossa equipa de segurança nacional está a coordenar-se de perto com os nossos parceiros e aliados", disse o Presidente norte-americano.
Biden também elogiou a investigação ao caso em curso, bem como a resposta rápida das autoridades, perante a fuga dos documentos classificados do Pentágono (Departamento de Defesa norte-americano), alguns dos quais com informação sensível sobre a guerra na Ucrânia.
O principal suspeito da fuga dos documentos militares confidenciais, Jack Teixeira, membro da Guarda Nacional Aérea de Massachusetts, foi já presente a um juiz em Boston e formalmente acusado de "retenção e transmissão não autorizadas de informações de defesa nacional" e de "remoção e retenção não autorizadas de documentos ou materiais classificados".
Jack Teixeira vai ficar preso preventivamente até à audiência de detenção, na quarta-feira, decidiu igualmente o tribunal federal de Boston.
Os documentos publicados 'online' revelam preocupações dos serviços secretos norte-americanos sobre a viabilidade de uma contraofensiva ucraniana contra as forças russas, que invadiram a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, devido a problemas de falta de instrução militar e de logística, bem como as preocupações dos Estados Unidos sobre a capacidade de Kiev continuar a defender-se dos ataques de Moscovo.
Dezenas de fotografias desses documentos foram divulgadas nas plataformas Twitter, Telegram ou Discord nos últimos dias. Algumas delas estiveram a circular na Internet durante semanas, senão meses, antes de atrair a atenção da imprensa.
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