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Quem é Jack Teixeira, o lusodescendente acusado de divulgar documentos secretos dos EUA na Internet

Foi preso na quinta-feira por uma equipa de agentes do FBI, na casa da mãe e do padrasto.

15 de abril de 2023 às 11:04

Jack Douglas Teixeira, de 21 anos, neto de um açoriano, é acusado de divulgar na Internet documentos confidenciais do Governo dos Estados Unidos da América (EUA). O jovem foi, esta sexta-feira, acusado formalmente, num tribunal em Boston, de dois crimes ao abrigo da lei de espionagem.O lusodescendente foi preso, na quinta-feira, por uma equipa de agentes do FBI, na casa da mãe e do padrasto, em North Dighton, no estado de Massachussets, EUA. Jack servia na Força Aérea Nacional dos EUA, tal como o padrasto, Thomas Dufault, que se reformou em 2019.O suspeito é um português de terceira geração, neto de imigrantes açorianos, segundo afirmou Francisco Viveiros, presidente da Casa dos Açores de Fall River, Nova Inglaterra. Mas as raízes da família estarão na Beira.Habilidade para a tecnologiaJack Teixeira alistou-se na Força Aérea em 2019. Trabalhava como Cyber Transport Systems Journeyman, responsável pelo funcionamento da rede de comunicação do serviço militar, na Base Aérea Nacional de Otis, no estado de Rhode Island. A companhia a que pertencia dentro da Força Aérea, a 102.º Asa de Inteligência da Guarda Nacional de Massachussets, é responsável por fornecer informações a várias unidades das forças armadas norte-americanas.De acordo com a agência Reuters, desde 2021 que tinha acesso a ficheiros ultrassecretos. Ainda não foi revelado o porquê do lusodescendente ter acesso a este tipo de documentos.Partilha de documentos confidenciais dos EUA no DiscordA acusação afirma que Jack Teixeira começou a divulgar documentos secretos do Governo dos EUA na aplicação Discor - uma aplicação de chats de grupo, direcionada inicialmente para comunidades de gamers - em dezembro de 2022.Os documentos foram divulgados num grupo alegadamente criado pelo lusodescendente para entusiastas de armas. O grupo chamava-se "Thug Shaker Central". De acordo com uma entrevista feita pelo jornal norte-americano The Washington Post a dois membros do grupo do Discord, o conteúdo partilhado variava entre humor negro, abuso racial e vídeos de pessoas a utilizarem armas, inclusive o próprio jovem a disparar.Detido e acusadoApós ter sido detido na quinta-feira, na casa da mãe e do padrasto, em North Dighton, o jovem norte-americano com descendência portuguesa foi acusado formalmente pelo Tribunal Federal de Boston por dois crimes ao abrigo da lei de espionagem, cópia ilegal e posse de documentos secretos. Cada uma destas infrações pode ser punível com penas até dez anos de prisão. 

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