Jamal Khashoggi entrou no consulado da Arábia Saudita na Turquia no dia 02 de outubro e nunca mais foi visto.
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O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, quer que sejam julgados na Turquia os 18 cidadãos detidos na Arábia Saudita por suspeitas de envolvimento na morte do jornalista Jamal Khashoggi no consulado saudita em Istambul.
"Apelo ao rei Salman bin Abdulaziz para que estas pessoas sejam julgadas em Istambul", disse Erdogan numa intervenção no parlamento durante a qual descreveu a morte de Khashoggi, que classificou como um "assassínio político" planeado "com dias de antecedência" por responsáveis sauditas.
Jamal Khashoggi, de 60 anos, entrou no consulado da Arábia Saudita em Istambul, na Turquia, no dia 02 de outubro, para obter um documento para se casar com uma cidadã turca e nunca mais foi visto.
O jornalista saudita, que colaborava com o jornal The Washington Post, estava exilado nos Estados Unidos desde 2017 e era um reconhecido crítico do poder em Riade.
No sábado, a Arábia Saudita admitiu que Jamal Khashoggi foi morto nas instalações do consulado saudita em Istambul, depois de, durante vários dias, as autoridades de Riade terem afirmado que saíra vivo do consulado.
A morte do jornalista começou a ser planeada a 28 de setembro com a primeira visita de Kashoggi ao consulado da Arábia Saudita em Istambul, disse Erdogan, descrevendo, posteriormente, os passos dados pelo jornalista e pela equipa de 15 sauditas que chegou à Turquia no dia em que Jamal Kashoggi desapareceu.
Na descrição, o Presidente turco adiantou que o serviço de videovigilância do consulado foi desativado após a entrada do jornalista e que alguns dos 15 agentes sauditas se deslocaram a uma floresta próxima de Istambul e a uma localidade no noroeste da Turquia.
"Porque é que se reúnem 15 pessoas em Istambul no dia do crime, de quem recebem ordens estas pessoas, porque é que não permitiram buscas no consulado de imediato, mas só dias depois, e porque se fazem declarações insustentáveis sobre a morte e não há cadáver até ao momento", questionou Recep Tayyip Erdogan.
"Nesta fase, todos elementos e provas descobertas indicam que Jamal Khashoggi foi vítima de um assassínio selvagem", insistiu.
O chefe de Estado turco exigiu ainda que seja revelada a identidade do suposto "colaborador local" que, segundo a mais recente versão de Riade, ajudou as autoridades consulares a desfazerem-se do cadáver do jornalista.
"Se é verdade o que entregaram o corpo a um colaborador local, quem é esse colaborador? Estais obrigado a revelar a sua identidade", disse, Erdogan, dirigindo-se diretamente ao monarca saudita, a quem assegurou "não duvidar da sua sinceridade".
Erdogan quer que "todos os que tiveram um papel" na morte do jornalista sejam punidos e exigiu ainda saber onde se encontram os restos mortais de Khashoggi.
"A consciência internacional não se acalmará até que todos os implicados, dos executantes aos mandantes, sejam punidos", disse Erdogan.
"Ao reconhecer a morte, o governo saudita deu um passo importante. O que esperamos agora é que apure as responsabilidades de cada num neste caso, do topo à base, e que isso se traduza em justiça", acrescentou.
Erdogan não precisou em que elementos se baseiam as suas afirmações nem mencionou a existência dos registos de áudio e vídeo que a imprensa turca noticiou desde o início da investigação.
Também não fez qualquer referência ao príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, acusado pela imprensa e por responsáveis turcos, que falaram sob anonimato, de ser o mandante da morte do jornalista.
As declarações de Erdogan surgem numa altura em que cresce o ceticismo da comunidade internacional relativamente à versão apresentada pela Arábia Saudita de que o jornalista teria morrido acidentalmente no consulado em resultado de uma luta.
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