Bruegel aconselha a que os decisores políticos da UE "não sejam complacentes" e apostem na "vigilância".
O grupo de reflexão económica Bruegel alerta, num relatório que será discutido pelos ministros europeus das Finanças, para uma eventual "nova crise financeira" devido ao aumento da incerteza tarifária dos Estados Unidos e da fragmentação política, pedindo "vigilância".
Num relatório sobre "Mudanças geopolíticas e os seus impactos económicos na Europa", que será discutido no sábado na reunião informal dos ministros das Finanças da União Europeia (UE), o instituto baseado em Bruxelas aponta que "há uma série de riscos negativos, decorrentes da situação nos Estados Unidos e noutros lugares, que podem agravar a situação no próximo ano ou dois e até provocar uma nova crise financeira".
O Bruegel aconselha a que os decisores políticos da UE "não sejam complacentes" e apostem na "vigilância".
Apesar de indicar que "o impacto económico a curto prazo em termos de crescimento do PIB [Produto Interno Bruto] da atual situação geopolítica parece relativamente modesto", o grupo de reflexão argumenta que "seria um grave erro adotar uma visão de curto prazo deste novo choque na economia europeia, em vez de considerá-lo como parte de uma série de choques".
"Embora não estejamos a sugerir que choques como a grande crise financeira [de 2008], a pandemia da covid-19 e a guerra na Ucrânia tenham uma causa comum, é preciso pelo menos reconhecer que esses choques têm impactos económicos e políticos comuns nos países europeus -- e em outras economias avançadas --, dos quais o aumento da fragmentação política e dos níveis de endividamento são apenas dois indicadores", elenca.
No documento, o Bruegel destaca "desafiantes mudanças geopolíticas que a Europa enfrenta e para as quais está mal preparada", nomeadamente a incerteza tarifária e política do segundo mandato do republicano Donald Trump na Presidência dos Estados Unidos, até agora "moderada".
"A Europa enfrenta riscos muito elevados, [sendo que] os perigos plausíveis a curto prazo incluem um colapso do mercado de títulos dos Estados Unidos, uma escalada da agressão militar russa contra a Ucrânia ou diretamente contra a União Europeia, uma crise orçamental desencadeada por uma vitória eleitoral populista num país membro da zona euro com elevada dívida ou um choque comercial desencadeado pelo aumento das tensões entre os EUA e a China e/ou ações hostis da China na Ásia Oriental", precisa.
Segundo o Bruegel, "se a UE quer ser uma criadora de cenários em vez de simplesmente aceitar os cenários, como acontece atualmente, [...] deve trabalhar para ganhar autonomia estratégica em áreas-chave, incluindo defesa, tecnologia, finanças e matérias-primas críticas".
O grupo de reflexão económica diz ainda que "a autonomia estratégica não deve ser confundida com autossuficiência ou protecionismo", pelo que "a Europa é e precisa continuar a ser uma economia e uma sociedade abertas".
Os ministros das Finanças da UE, reunidos informalmente em Copenhaga na sexta-feira e no sábado, vão discutir como 'puxar' pela competitividade económica do bloco comunitário face aos Estados Unidos e China perante críticas de inércia, nomeadamente simplificando a legislação comunitária.
Realizada na capital dinamarquesa devido à presidência rotativa do Conselho assumida pela Dinamarca este semestre, a reunião informal dos ministros das Finanças da UE -- que conta com o governante português da tutela, Joaquim Miranda Sarmento -- servirá para discutir como é que a União pode destacar-se face aos seus principais concorrentes e crescer economicamente.
No sábado, serão analisadas as consequências económicas da geopolítica para a Europa e será aí que o Bruegel apresentará estes cenários de risco e possíveis consequências económicas.
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