Os Estados Unidos estão preparados para levar a cabo novos ataques na Síria se o regime de Bashar al-Assad voltar a usar armas químicas contra a população civil. A garantia é da embaixadora norte-americana na ONU, Nikki Haley, e foi este domingo reiterada pelos aliados britânicos e franceses, apesar dos avisos da Rússia de que uma nova ação militar como a da madrugada de sábado "criará o caos global".
"Temos as armas prontas e carregadas", avisou Haley, que garantiu que as tropas norte-americanas estacionadas na Síria e os meios aéreos e navais mobilizados na região "não serão retirados antes de cumprirem todos os objetivos": garantir que as armas químicas não voltam a ser usadas contra civis, que o Daesh é derrotado e monitorizar de perto as intenções do Irão na região.
Uma posição reforçada pelo chefe da diplomacia do Reino Unido, Boris Johnson, que frisou mais uma vez que a intervenção aliada, que resultou na destruição total de três alvos ligados ao programa de armas químicas do regime de Damasco, "não visa provocar uma mudança de regime nem alterar o curso do conflito na Síria". "De momento, não existe nenhuma proposta para voltar a usar a força, mas se o regime for louco o suficiente para lançar outro ataque químico essa opção será revista", garantiu Johnson.
O presidente russo, Vladimir Putin, que apoia o regime de Bashar al-Assad e denunciou o ataque à Síria como "ilegal", frisou ontem que nova ação militar dos aliados "irá inevitavelmente conduzir a uma situação de caos nas relações internacionais".
Assad denuncia "ato de agressão"
O presidente sírio Bashar al-Assad disse ontem que os ataques contra o seu país foram "um ato de agressão" acompanhado por uma "campanha de desinformação internacional".
PORMENORES
Diplomacia
EUA e aliados vão pedir hoje ao Conselho de Segurança da ONU para forçar a destruição total do programa de armas químicas da Síria e para abrir uma investigação ao uso dessas armas pelo regime durante o conflito.
11 ataques provados
Damasco foi acusado de usar armas químicas 44 vezes no último ano, mas só 12 destes ataques foram considerados como provados pelos serviços de informações ocidentais.
Rússia quer diálogo
A Rússia defendeu a retomada do "diálogo estratégico" com os EUA e a melhoria das relações com o Ocidente.
Novas sanções
Os EUA poderão avançar já hoje com novas sanções contra a Rússia por apoiar Assad.