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EUA vão impor tarifas de 104% sobre a China a partir de amanhã

Medida foi confirmada pela Casa Branca depois de Pequim não suspender as tarifas impostar aos produtos norte-americanos.

08 de abril de 2025 às 18:13

A Casa Branca confirmou esta terça-feira que os Estados Unidos passarão a taxar a 104% as importações chinesas a partir de quarta-feira, cumprindo a ameaça de aumento das tarifas em 50 pontos percentuais.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou na semana passada as suas novas taxas alfandegárias sobre os produtos chineses a partir de quarta-feira chegariam aos 54%, e ameaçou taxá-los em mais 50 pontos, caso a China retaliasse.

A tarifa adicional "entrará em vigor às 00:01 na capital dos EUA (04:01 GMT)", afirmou a porta-voz do Governo, Karoline Leavitt, em conferência de imprensa.

"Foi um erro da China retaliar contra o Presidente: quando os Estados Unidos são atingidos, ripostam com mais força. É por isso que as tarifas de 104% contra a China entrarão em vigor", adiantou Leavitt.

Horas antes, Trump tinha dito que Pequim quer "desesperadamente" um acordo tarifário, mas que não sabe "como começar" as negociações e realçou que a Casa Branca estava à espera de uma chamada do Presidente chinês, Xi Jinping, mensagem repetida pela porta-voz na conferência de imprensa diária da Casa Branca.

"O Presidente acredita que Xi Jinping e a China querem fazer um acordo. Simplesmente não sabem como iniciá-lo. E o Presidente também quer que eu diga a todos que se a China fizer uma abordagem para fazer um acordo, ele será incrivelmente generoso, mas fará o que for melhor para o povo norte-americano", acrescentou Leavitt.

Os 50 pontos adicionais sobre as importações chinesas somam-se a 34 pontos adicionados por Trump na semana passada sobre os impostos alfandegários de 20% com que o Governo norte-americano já tributa as importações chinesas, pelo que considera insuficientes os esforços para impedir a entrada do fentanil no mundo, elevando o total a 104 por cento.

Numa escalada significativa da guerra comercial iniciada por Washington, Pequim decidiu impor uma taxa de 34% sobre os produtos norte-americanos a partir de quinta-feira.

Pequim respondeu à medida de Trump com um pacote de contramedidas que incluía uma tarifa recíproca de 34% sobre todas as importações oriundas dos EUA, bem como sanções contra certas empresas, restrições à exportação de terras raras e a suspensão das importações agrícolas.

Antes da confirmação das tarifa de 104% pela Casa Branca, o Governo chinês afirmou esta terça-feira que as ações dos Estados Unidos "não refletem uma vontade genuína de encetar um diálogo sério", no meio de uma escalada de ameaças tarifárias e contramedidas entre as duas maiores economias do mundo.

"Se os EUA querem realmente dialogar, devem demonstrar uma atitude de igualdade, respeito e benefício mútuo", disse Lin Jian, sublinhando que se Washington "insistir numa guerra tarifária ou comercial" sem ter em conta "os interesses de ambos os países e da comunidade internacional", a China "está preparada para ir até ao fim".

O porta-voz sublinhou que os interesses de soberania, segurança e desenvolvimento da China são inegociáveis e avisou que o seu país "continuará a tomar medidas firmes e enérgicas" para proteger os seus direitos legítimos.

"Não há vencedores numa guerra comercial", insistiu Lin, denunciando que os EUA "têm vindo a impor tarifas de forma imprudente", uma política que "viola gravemente as regras da Organização Mundial do Comércio, mina o sistema multilateral baseado em regras e desestabiliza a ordem económica global".

"Trata-se de unilateralismo, protecionismo e intimidação económica no seu estado mais puro", afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Lin acrescentou que "o povo chinês não está à procura de problemas, mas também não tem medo deles" e que "a pressão, as ameaças e a chantagem não são a forma correta de interagir com a China".

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