Crime ocorreu depois de uma perseguição por várias ruas em alta velocidade.
Numa nova ação brutal atribuída em princípio ao PCC, Primeiro Comando da Capital, a maior organização criminosa de São Paulo e do Brasil, o ex-inspetor-Geral da Polícia de São Paulo, Rui Ferraz Fontes, foi assassinado na noite desta segunda-feira na Avenida de Praia Grande, cidade no litoral sul paulista. Os assassinos perseguiram o ex-agente por várias ruas em alta velocidade, sempre a disparar, e depois alvejaram-no com mais de 20 tiros de espingardas militares.
O ataque fatal começou pouco antes das 19 horas locais, 23 horas em Lisboa, quando Fontes, que se tinha reformado da polícia há três anos, saiu da sede da Prefeitura (Câmara Municipal) de Praia Grande, onde ocupava o cargo de secretário de Administração Imagens de câmaras de videovigilância mostram que criminosos que já o aguardavam começaram a disparar contra a vítima quando chegou à calçada.
O inspetor, que não tinha seguranças nem estava com colete balístico, correu para o carro, mesmo já supostamente ferido, e tentou fugir em alta velocidade. Os criminosos, em pelo menos três carros roubados horas antes na capital estadual, São Paulo, iniciaram a perseguição e, sempre que se aproximavam, disparavam de novo contra o automóvel do ex-agente, que não é blindado.
A certa altura, na Avenida Dr. Roberto de Almeida Vinhas, Fontes, a essa altura provavelmente desmaiado devido aos vários tiros que já o tinham acertado, perdeu o controlo do seu automóvel. Primeiro, o veículo colidiu com força contra um autocarro, rodou e acabou por ser atingido por outro coletivo, acabando por tombar na via.
Nesse momento, três criminosos com espingardas militares desceram de um dos carros que usavam, foram até Fontes e dispararam inúmeras vezes à queima-roupa. Rui Ferraz Fontes, que tinha 63 anos, foi atingido ao todo por pelo menos 20 projéteis de armas de guerra, deixando em pânico os passageiros dos dois autocarros, que tinham parado, e assistiram a tudo sem poder fazer nada e sem saberem se os criminosos também iam atirar neles.
O antigo inspetor-Geral da Polícia foi o pioneiro no Brasil do combate ao PCC, que iniciou em 2002, quando a organização criminosa ainda não era a máfia transnacional que é hoje, com atuação em pelo menos 24 países, entre eles Portugal. Ele foi o responsável direto pelas prisões de dezenas de chefes, entre eles Marcos William Herbas Camacho, o Marcola, o líder máximo do grupo, preso até hoje na Penitenciária Federal de Brasília, e condenado a mais de 300 anos de cadeia.
Não obstante os altos cargos que exerceu na polícia de São Paulo ao longo de 40 anos, inclusive como Inspetor-Geral entre 2019 e 2022, Fontes não tinha qualquer proteção. Duas semanas atrás, em entrevista, ele queixou-se disso, afirmando que vivia sozinho numa casa em Praia Grande, que se transformou nos últimos anos num dos principais polos de atuação do PCC, por estar muito próximo ao Porto de Santos, por onde a organização envia toneladas de droga para outros países.
A atuação dos assassinos revelou um elevado grau de profissionalismo e de preparação do crime, tal como aconteceu em 8 de Novembro com a morte de Vinícius Gritzbach, um executivo do mercado financeiro. Um grupo igualmente armado com espingardas de guerra, e que hoje já se sabe serem polícias ligados ao PCC, assassinou Gritzbach à saída da porta de desembarque do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, acabando por matar igualmente duas pessoas que nem o conheciam mas estavam perto dele no momento.
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