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"Fui vítima da maior mentira jurídica", defende Lula da Silva

Ex-presidente do Brasil ataca gestão da pandemia e critica “decisões imbecis” de Bolsonaro.

11 de março de 2021 às 08:30

No seu primeiro discurso após o Supremo Tribunal ter anulado, na segunda-feira, os processos em que foi condenado pelo ex-juiz Sérgio Moro, o ex-presidente brasileiro Lula da Silva disse ontem ter sido vítima da "maior mentira jurídica" da História do Brasil, mas avisou que ainda é cedo para falar na sua candidatura às presidenciais de 2022.

"Eu sei que fui vítima da maior mentira jurídica contada em 500 anos de História do Brasil. Porém, eu sempre tive confiança e a certeza que esse dia chegaria, e ele chegou. Vou continuar a brigar para o Moro ser considerado suspeito, porque ele não pode transformar-se no maior mentiroso da história do Brasil e ser considerado herói", prometeu Lula, referindo-se ao processo que o ex-juiz enfrenta na justiça por alegada falta de isenção nas sentenças que proferiu contra si.

Falando no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, de onde foi levado para a prisão em 2017, Lula considerou prematuro falar numa candidatura às presidenciais do próximo ano, mas disse ser possível criar uma "frente de esquerda" contra Bolsonaro, contra o qual lançou um forte ataque por causa da forma como geriu a pandemia. "Não sigam nenhuma decisão imbecil do presidente da República ou do ministro da Saúde e tomem a vacina. Mas, mesmo depois de vacinados, não achem que podem ir para o boteco, continuem a respeitar o isolamento, a usar máscara e álcool gel", aconselhou Lula, num flagrante contraponto a Bolsonaro. Só tirando a máscara para discursar, o ex-presidente incentivou ainda a população a proteger-se contra a Covid-19, evitando ajuntamentos desnecessários e tomando a vacina, e acrescentou que nada do que ele passou se assemelha ao sofrimento das famílias das 268 mil pessoas que a doença já matou no Brasil e à dos milhões de desempregados pela pandemia.

PORMENORES

Decisão adiada

O julgamento no Supremo Tribunal que avalia se o ex-juiz Sérgio Moro, que condenou Lula, foi ou não parcial, foi interrompido quando estava empatado 2 a 2, após o juiz Cássio Nunes Marques, o único que faltava votar, ter pedido mais tempo para analisar o processo.

Lula favorito

Uma sondagem divulgada dias antes de o Supremo Tribunal anular as condenações de Lula mostra que o ex-presidente tem maior potencial de crescimento eleitoral do que Jair Bolsonaro, e menos rejeição do que este junto dos eleitores.

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