Barco de pesca transportava 130 pessoas e não estava autorizado a transportar passageiros nem tinha condições para o efeito.
O ministro dos Transportes e Comunicações moçambicano anunciou esta segunda-feira que as autoridades estão a fazer uma "reflexão" sobre o naufrágio, no domingo, de um barco de pesca com mais de 130 pessoas, em que morreram pelo menos 98.
Segundo Mateus Magala, esta reflexão serve para "que isto nunca volte a acontecer". O ministro falava em Nampula, durante uma reunião com as autoridades daquela província do norte, para analisar o incidente, que envolveu um barco de pesca que viajava sobrelotado para a Ilha de Moçambique, província de Nampula.
"Reflexão sobre o que aconteceu, o que não deve acontecer e como é que nos vamos posicionar daqui para a frente, para que o aconteceu não volte a acontecer. Estamos todos aqui para fazer essa reflexão", afirmou Magala.
É necessário "trocar impressões sobre o que aconteceu e não deve acontecer daqui para a frente", insistiu o governante, depois de prestar solidariedade às famílias vítimas do acidente.
De acordo com as autoridades marítimas moçambicanas, a embarcação de pesca não estava autorizada a transportar passageiros nem tinha condições para o efeito.
As pessoas que transportava fugiam, de acordo com a mesma fonte, a um surto de cólera no continente, com destino à Ilha de Moçambique.
As autoridades moçambicanas atualizaram hoje de 91 para 98 o número de vítimas mortais na sequência do naufrágio ocorrido no domingo na província de Nampula, norte de Moçambique.
"Neste momento temos um total de 98 óbitos, 13 sobreviventes e os restantes estão desaparecidos. Era uma embarcação com cerca de 130 pessoas", disse à Lusa a porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM) na província de Nampula, Rosa Chauque.
As vítimas morreram na sequência do naufrágio de uma embarcação sobrelotada que saiu do posto administrativo de Lunga com destino à Ilha de Moçambique, avançou a porta-voz da PRM no balanço feito à Lusa.
"Trata-se meramente de um barco de pescadores, uma embarcação que não tinha capacidade para o número de pessoas que levava. Continuam a decorrer as buscas", acrescentou.
Relatos locais indicam que as vítimas, incluindo crianças e famílias completas, estão a ser enterradas de imediato, por falta de condições para a conservação dos corpos.
O presidente da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo, oposição), Ossufo Momade, mostrou-se esta segunda-feira "profundamente consternado" com a morte de pelo menos 98 pessoas no naufrágio ao largo da Ilha de Moçambique de um barco de pesca, pedindo luto nacional.
"Exigimos que o Governo decrete luto nacional e que este momento seja reconhecido pelas autoridades como mais um sinal de negligência e falta de segurança públicas", escreveu Ossufo Momade, na sua conta oficial na rede social Facebook.
"Ficámos bastante comovidos e preocupados ao saber que a embarcação em causa é de pesca e não estava vocacionada para o transporte de pessoas o que nos leva a uma reflexão sobre a necessidade da segurança marítima", acrescentou o líder do maior partido da oposição moçambicana.
Também o ex-Presidente de Moçambique Armando Guebuza se mostrou "profundamente consternado" com o acidente.
"Às famílias enlutadas endereçamos os nossos mais profundos sentimentos de pesar", escreveu Guebuza, que esteve no cargo durante dez anos, até 2015.
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