De acordo com a BCG, são o quarto produto mais comercializado em todo o mundo.
A indústria tecnológica precisa de investir cerca de três mil milhões de dólares (2,4 mil milhões de euros) na cadeia de valor para responder ao aumento da procura mundial de semicondutores, de acordo com um relatório da consultora BCG.
"Nos próximos 10 anos, a indústria irá precisar de investir cerca de três mil milhões de dólares em investigação e desenvolvimento e 'capex' em termos globais ao longo da cadeia de valor para responder ao aumento da procura de semicondutores", refere um estudo de abril da Boston Consulting Group (BCG), denominado "Strengthening the global semiconductor supply chain in an uncertain era".
Os semicondutores, ou 'chips', como muitas vezes são designados, são componentes altamente especializados que fornecem a funcionalidade essencial para os dispositivos eletrónicos processarem, armazenarem e transmitir dados, sendo a sua cadeia de fornecimento a espinha dorsal da economia digital.
Com a pandemia e a aceleração da digitalização, assiste-se a um aumento da procura de semicondutores, o que tem levado à escassez do fornecimento, colocando o tema na ordem do dia.
"A indústria e os governos devem colaborar para continuar a facilitar o acesso mundial aos mercados, tecnologias, capital e talento e tornar a cadeia de abastecimento/fornecimento resiliente", refere o estudo.
Embora a especialização geográfica tenha servido bem ao setor, "ela também cria vulnerabilidades que cada região precisa avaliar de uma maneira específica para as suas próprias considerações económicas e de segurança".
Existem mais de 50 pontos na cadeia de abastecimento onde uma região detém mais de 65% da quota do mercado global, embora o nível de risco associado a cada um deles varie.
"Cerca de 75% da capacidade de produção de semicondutores, como também muitos fornecedores de materiais chave -- como bolachas de silício e outros -- estão concentrados na China e no leste da Ásia, uma região significativamente exposta a elevada atividade sísmica e tensões geopolíticas", salienta o estudo.
Além disso, "toda a capacidade de produção de semicondutores mais avançada do mundo -- em nós abaixo de 10 nanómetros -- está atualmente localizada na Coreia do Sul (8%) e em Taiwan (92%)".
De acordo com a BCG, estes "são pontos únicos de falha que podem ser interrompidos por desastres naturais, paralisações de infraestruturas ou conflitos internacionais, e podem causar severas interrupções na cadeia de fornecimento de 'chips'".
Além dos riscos associados à concentração em certas localizações geográficas, "as tensões geopolíticas podem resultar em controlos de exportação que prejudicam o acesso a fornecedores críticos de tecnologia, ferramentas e produtos essenciais que estão agrupados em determinados países".
A solução para esses desafios, salienta o relatório, "não é a busca da autossuficiência total por meio de políticas industriais nacionais em larga escala, com custo exorbitante e viabilidade de execução questionável", mas, "em vez disso, a indústria de semicondutores precisa de políticas direcionadas diferenciadas que fortaleçam a resiliência da cadeia de fornecimento e expandam o comércio aberto, ao mesmo tempo em que equilibram as necessidades de segurança nacional".
Nas últimas três décadas, a indústria de semicondutores registou um rápido crescimento e gerou um enorme impacto económico.
Entre 1990 e 2020, o mercado de semicondutores cresceu a uma taxa de 7,5%, ultrapassando o crescimento do 5% do Produto Interno Bruto (PIB) global durante esse período.
As melhorias de desempenho e custo oferecidas pela indústria de semicondutores levaram à evolução de 'mainframes' para computadores na década de 1990, tiveram um papel importante na Internet e nos serviços 'online' na década de 2000 e, posteriormente, no advento do 'smartphone' como o computador de bolso de todos os utilizadores em 2010.
"Estas inovações criaram um tremendo crescimento económico: estima-se que um incremento de três biliões de dólares no PIB global de 1995 a 2015 foi diretamente ligado à inovação com semicondutores, com um adicional de 11 biliões de dólares em impacto indireto", refere.
Daqui para a frente, os desenvolvimentos na tecnologia de semicondutores serão essenciais para permitir uma nova onda de transformação digital, o que inclui a inteligência artificial (IA), 5G (quinta geração móvel), veículos autónomos ou soluções de Internet das Coisas (IoT), em que uma infindável quantidade de dispositivos inteligentes estão conectados entre si.
Os Estados Unidos e a China são os maiores mercados de semicondutores, cada um com 25% do consumo global.
Os semicondutores, de acordo com a BCG, são o quarto produto mais comercializado em todo o mundo.
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