A filha do ex-presidente angolano quer acrescentar pisos à casa e fazer uma cave com piscina e ginásio.
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A filha do homem que governou Angola durante 38 anos está no centro de uma polémica. Isabel dos Santos, a filha mais poderosa de José Eduardo dos Santos, é a proprietária de uma mansão no milionário bairro londrino de Kensington, avaliada em cerca de 14 milhões de euros. Mas, mais do que a casa e o seu valor astronómico, o que está a gerar polémica é o projeto de ampliação da moradia.
Na verdade, segundo o site Tatler, o projeto visa reconstruir a casa, criando um prédio de quatro pisos, com uma cave que incluirá uma piscina, um ginásio, adega, sala de massagens e jacuzzi.
Os vizinhos muito ricos da que foi considerada a mulher mais rica de África, com uma fortuna de dois mil milhões de euros, não estão satisfeitos e já contestavam o projeto antes de o ‘Daily Mail’, citando o ‘Finance Uncovered’, revelar quem é a proprietária. Alegam que alterar a casa desvirtuará o bairro. Um residente afirma que o megaprojeto criará divisões entre os vizinhos e "uma sensação de pobreza" nos que não podem permitir-se tais luxos.
O jornal refere que o mal-estar pode ser agravado pelas suspeitas sobre a origem da fortuna da filha do antigo autocrata. A casa, refira-se, terá sido comprada em dinheiro vivo através de uma companhia anónima sediada na ilha de Man. Um porta-voz frisou que os investimentos de Isabel dos Santos "em empresas portuguesas e angolanas são transparentes".
O ataque de Lourenço ao clã do antigo presidente
As reformas do novo presidente angolano, João Lourenço, criaram desconforto na família do antecessor e por boas razões. Em 2018 José Filomeno dos Santos foi detido por corrupção (sendo libertado este ano, após seis meses de cadeia), Isabel dos Santos foi exonerada da Sonangol e José Eduardo Paulino e Welwitschea ‘Tchizé’ dos Santos perderam contratos lucrativos com a TV pública.
Isabel dos Santos tem sido das mais críticas relativamente ao novo rumo da governação angolana. No final de 2018 acusou Lourenço de ser responsável por "uma situação cada vez mais tensa, com a possibilidade de se juntar à crise económica existente, uma crise política profunda". O que levou o presidente a responder-lhe que "não haverá instabilidade em Angola".
A tensão tinha começado a ser manifestada por Eduardo dos Santos, homem que transmitiu o poder a Lourenço, cedendo-lhe, primeiro, a liderança do MPLA e depois a chefia do Estado. Incomodado com críticas "à passagem da pasta", o ex-presidente assegurou não ter deixado os cofres públicos vazios. Que a tensão entre os dois se mantém, atesta-o o facto de, já este ano, quando em abril partiu para Barcelona para tratamentos médicos, ter escolhido um voo da TAP e não da companhia aérea angolana TAAG.
Há ainda outros sinais de desconforto e de receio de represálias, como a ausência de Isabel dos Santos e ‘Tchizé’, que praticamente abandonaram Angola. Isabel dos Santos vive a maior parte do tempo em Inglaterra, onde estudou e onde, como agora veio a público, comprou uma mansão luxuosa numa zona privilegiada de Londres.
Uma das medidas mediáticas, e também das mais incómodas de Lourenço, desde logo para o clã dos Santos, é a campanha de repatriação de capitais, que visa travar uma sangria que custou milhares de milhões aos cofres do Estado angolano.
Suspeita em caso de desvio de fundos
Empresária e deputada, Welwitschea ‘Tchizé’ dos Santos tem fortuna acumulada na indústria dos diamantes, na Banca e nas telecomunicações. João Lourenço retirou-lhe os contratos com a TV pública (que tinha em associação com o irmão ‘Coréon Dú’). Vive agora em Inglaterra e vai perder o mandato de deputada. Em 2011 tinha sido acusada, pelo antigo embaixador angolano em Portugal, de desviar fundos públicos para Portugal.
Paulino ‘Córeon Dú’ perdeu contratos
O filho cantor de José Eduardo dos Santos, esta quarta-feira com 34 anos, não foi poupado pelo novo presidente angolano. José Eduardo, conhecido como ‘Coréon Dú’, fundou a produtora Semba Comunicação e assinou vários contratos com o Estado angolano durante a presidência do pai. Mas o novo presidente revogou os lucrativos contratos que tinha com a Televisão Pública de Angola, especialmente com a TPA Internacional e com o Canal 2.
Filomeno preso por corrupção
Nomeado pelo pai para presidir ao Fundo Soberano de Angola, em 2013, José Filomeno dos Santos foi detido no verão de 2018 por suspeitas de gestão danosa e corrupção. Após seis meses na prisão, foi posto em liberdade no final de março deste ano, mas sem que se conheçam muito bem os motivos da decisão ou as condições em que ficará em liberdade. O seu afastamento do cargo deixou a família do ex-presidente sem cargos de destaque.
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