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Israel celebra restabelecimento de sanções da ONU ao Irão

"O objetivo é claro: impedir o Irão de adquirir armas nucleares. O mundo deve utilizar todas as ferramentas para atingir este objetivo", escreveu o Ministério dos Negócios Estrangeiros.

28 de setembro de 2025 às 13:04

Israel celebrou este domingo o restabelecimento das sanções da ONU contra o Irão, considerando a medida uma “resposta às violações da República Islâmica” ao seu programa nuclear.

“Este é um grande avanço que responde às contínuas violações do Irão, particularmente em relação ao seu programa nuclear militar”, escreveu o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel numa mensagem divulgada nas redes sociais.

“O objetivo é claro: impedir o Irão de adquirir armas nucleares. O mundo deve utilizar todas as ferramentas para atingir este objetivo”, acrescentou.

As sanções da ONU contra o Irão foram restabelecidas às 00:00 TMG (01:00 em Lisboa), após o fracasso das negociações sobre o programa nuclear de Teerão com os países ocidentais.

No comunicado hoje divulgado, Telavive insiste na necessidade de “impedir o Irão de adquirir armas nucleares”, um arsenal que Israel e países como a França, os Estados Unidos, o Paquistão, a Coreia do Norte e a Índia, entre outros, já possuem.

As seis resoluções da ONU adotadas entre 2006 e 2010 — que foram hoje restabelecidas — proíbem o Irão de enriquecer urânio e de realizar atividades relacionadas com mísseis.

As determinações das Nações Unidas estabelecem ainda um embargo de armas, congelamento de bens, proibição de viagens de indivíduos e autoriza inspeções de aeronaves e navios iranianos em águas internacionais, além de impor restrições bancárias e financeiras ao Irão.

O Irão apelou hoje aos países para que não cumpram as resoluções, considerando o restabelecimento das sanções ilegal.

“A reativação das resoluções revogadas é legalmente infundada e injustificável (...), todos os países devem abster-se de reconhecer esta situação ilegal”, referiu a diplomacia iraniana, garantindo que, se isso, acontecer, o país dará “uma resposta firme e apropriada”.

O parlamento iraniano reuniu-se esta manhã, à porta fechada, para deliberar sobre uma possível resposta.

Reino Unido, França e Alemanha, o denominado grupo “E3” - os três estados europeus que têm estado a negociar com Teerão o regresso das inspeções pela Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA) -, e os Estados Unidos garantiram que o reinício das sanções não significa o fim da diplomacia.

O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, aconselhou Teerão a aceitar “discussões diretas, de boa-fé”, ao mesmo tempo que pediu a todos os Estados para aplicarem “imediatamente as sanções para exercer pressão” sobre o Irão.

Os ministros dos Negócios Estrangeiros britânico, francês e alemão garantiram, num comunicado conjunto, que continuarão a procurar “uma nova solução diplomática que garanta que o Irão nunca se dote de armas nucleares”, apelando a Teerão “para que se abstenha de qualquer ação que implique uma escalada” do conflito.

As sanções foram restabelecidas na sequência de acusações ao Irão de que não coopera com a AIEA e não cumpre os compromissos de limitação do programa nuclear previstos no acordo alcançado em 2015.

O acordo, que limitava o programa iraniano, foi abandonado pelos Estados Unidos em 2018, sendo que o Irão acusa os E3 de não cumprirem a sua parte do compromisso.

As resoluções da ONU visam conter o enriquecimento de urânio e o programa de mísseis iraniano e autorizar inspeções de aviões e navios da República Islâmica, bem como o congelamento de ativos económicos iranianos em todo o mundo e proibições de viagens a indivíduos e entidades.

Teerão defende que estas sanções da ONU deveriam ser “focadas na não-proliferação nuclear e militar” e não na economia.

O Irão já está sujeito a inúmeras sanções dos EUA que limitam a capacidade do país de negociar com outros países e, especialmente, vender petróleo, gás e derivados.

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