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Itália quer ajudar famílias a comprar créditos que estão em incumprimento

Contexto é marcado pela subida das taxas de juro.

24 de agosto de 2023 às 15:21

O Governo italiano está a preparar legislação para ajudar as famílias e as pequenas empresas a comprarem empréstimos antigos que entraram em incumprimento, num contexto de subida de taxas de juro, noticiou esta quinta-feira a agência Bloomberg.

O executivo italiano está a procurar finalizar a nova legislação que permitirá aos mutuários - pessoas e às pequenas empresas - comprar as dívidas de anos anteriores que entraram em incumprimento, por uma fração do seu valor nominal, segundo fontes ligadas ao processo, citadas pela agência Bloomberg.

Mas a nova legislação pode perturbar ainda mais os credores e os investidores internacionais, num país que recentemente sofreu o impacto negativo da aplicação de um imposto sobre os lucros extraordinários sobre dos bancos que afundou a bolsa italiana.

De acordo com a Bloomberg, as preocupações dos investidores centram-se agora na possibilidade de a legislação poder anular os seus rendimentos e pôr em risco a venda do crédito malparado no mercado.

O ministro da Indústria, Adolfo Urso, contactado pela agência Bloomberg a propósito desta legislação, esclareceu que a iniciativa visa "tirar o maior número possível de mutuários - pessoas e empresas - dos créditos em incumprimento, pagar dívidas anteriores e fazê-las regressar ao trabalho".

Tal como aconteceu com o imposto sobre os lucros extraordinários aplicado aos bancos, a proposta de diploma foi originalmente apresentada no final do ano passado por deputados próximos da primeira-ministra, Giorgia Meloni, e tem sido defendida pelo atual ministro da Indústria italiano.

Além disso, os argumentos em sua defesa são os mesmos que foram utilizados no diploma que estabeleceu a "windfall tax".

Os investidores em crédito malparado, muitas vezes internacionais, adquiriram estas dívidas em "circunstâncias dramáticas" e "especulam", tendo em conta "uma dupla fraqueza", a dos banco e a dos mutuários, obtendo assim "margens de lucro semelhantes às dos empréstimos", as quais são "francamente inaceitáveis", de acordo com o projeto de lei, citado pela Bloomberg.

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