Percurso político do antigo presidente de Angola nunca foi consensual.
O antigo presidente angolano, José Eduardo dos Santos, exerceu o cargo entre 21 de setembro de 1979 e 26 de Setembro de 2017. Em 2018 retirou-se da vida política envolto em suspeitas de corrupção que marcaram a sua liderança de Angola. Também por isso durante a sua vida política foi adorado e, na reta final, odiado pelos angolanos. Nunca foi um homem unânime.
"Zédu", como foi carinhosamente tratado pelos angolanos, liderou o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) desde 1979. Tinha apenas 37 anos quando tomou o poder, sucedendo a Agostinho Neto, primeiro presidente da Angola independente. A vida política de Eduardo dos Santos começou antes:
Em novembro de 1961 passa a coordenar no exílio a Juventude do MPLA, organismo de que foi um dos fundadores e durante algum tempo vice-presidente. Um ano mais tarde junta-se ao Exército Popular de Libertação de Angola (EPLA), braço armado do MPLA. Em 63 é nomeado primeiro representante do MPLA em Brazzaville, capital da República do Congo.
Anos mais tarde ruma a Baku, na antiga União Soviética, com uma bolsa de estudo do Instituto de Petróleo e Gás. Acabaria por licenciar-se em Engenharia de Petróleos em junho de 1969. Com os estudos universitários concluídos, nunca abandonou a política e, em junho de 1975, passou a coordenar o departamento de relações exteriores do MPLA.
Com a independência de Angola a 11 de novembro de 1975, Eduardo dos Santos foi naturalmente nomeado ministro das Relações Exteriores.
Em 1992 realizaram-se as primeiras eleições livres para a Presidência da República. José Eduardo dos Santos venceu na primeira volta, mas foi obrigado a uma segunda ronda eleitoral, num momento histórico para o país africano. A segunda volta, a disputar contra Jonas Savimbi, líder da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), nunca viria a acontecer. Os primeiros anos no poder não foram fáceis. O país estava na bancarrota e em plena guerra civil, que só viria a acabar em 2002, de forma trágica.
Morte do líder da UNITA
Em fevereiro de 2002 a guerra civil chega ao fim com a morte do líder da UNITA. Em 2012 é, pela primeira vez desde 1979, eleito definitivamente pelo povo angolano. Até então havia sido sempre o MPLA a escolhê-lo como presidente. Manteve-se no poder até 2017 e um ano maios tarde decidiu abandonar a política.
"Tudo o que tem um começo tem um fim". Foi assim que o presidente do MPLA e ex-chefe de Estado angolano confirmou que iria deixar a vida política, em 2018.
Afastado da política e com o novo presidente de Angola, João Lourenço, a proceder a uma ‘limpeza’ para afastar da máquina do Estado os próximos de Eduardo dos Santos, o antigo estadista passou a viver permanentemente em Barcelona, desde 2019, devidos aos problemas clínicos.
Em Pedralbes, mais conhecido como ‘Bairro da Elite’, que iniciou os tratamentos médicos para combater um cancro da próstata. A presidência da República de Angola tentou manter guardado a sete chaves o estado de saúde do antigo chefe de Estado. O objetivo, entretanto, esbarrou nas palmeiras e colunas imperiais, nas piscinas e em todo o luxo que rodeia o Centro Médico Teknon, uma unidade de saúde oncológica de referência na Europa.
Na companhia da mulher, Ana Paula dos Santos, além de uma comitiva com governanta, mordomo e vários guarda-costas, o ex-presidente procurava refúgio dos problemas e escândalos, como o Luanda Leaks e o caso dos ‘500 milhões de euros’, que envolvia dois dos seus filhos.
Eduardo dos Santos é pai da empresária Isabel dos Santos, considerada uma das mulheres mais ricas e poderosas de África. Teve mais nove filhos.
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