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Juíz Moro nega ter entrado para a política e diz que cargo de ministro é técnico

Futuro ministro da justiça de Bolsonaro assegura continuar fiel à promessa tantas vezes feita de nunca entrar na política.

06 de novembro de 2018 às 14:04

O juiz Sérgio Moro, que semana passada aceitou ser ministro da Justiça no futuro governo do presidente eleito Jair Bolsonaro, negou esta segunda-feira que tenha entrado para a política. Fortemente criticado por ter abandonado 22 anos de magistratura e o comando da operação anti-corrupção Lava Jato para ser ministro num governo de extrema-direita, Moro aproveitou uma palestra em Curitiba para rebater as críticas.

"Eu, aqui, faço uma respeitosa divergência. Não me vejo ingressando na política, não me vejo ainda como um político verdadeiro. Para mim, é um ingresso num cargo que é predominantemente técnico."-Afirmou o temido juiz, conhecido pela dureza com que condena arguidos dos processos que lhe passam pelas mãos, o mais famoso deles o ex-presidente brasileiro Lula da Silva, que condenou e mandou prender por corrupção.

Depois, Sérgio Moro, criticado por juízes de todas as esferas no Brasil e até por magistrados da operação anti-corrupção Mãos Limpas, da Itália, acrescentou que, como ministro da Justiça, só vai fazer aquilo que sabe, justiça. E, apesar de a partir de Janeiro ser o superministro do radical Bolsonaro, acumulando, além da Justiça, o comando da Segurança Pública, da Polícia Federal, do Departamento Penitenciário Nacional (responsável pelas penitenciárias onde estão os líderes do crime organizado), do COAF, Conselho de Acompanhamento de Operações Financeiras (que combate crimes financeiros) e da Funai, o órgão que tutela os assuntos indígenas, Moro assegura continuar fiel à promessa tantas vezes feita de nunca entrar na política.

"Não pretendo, jamais, disputar qualquer espécie de cargo electivo. Mas, Ministério da Justiça e da Segurança Pública, para mim, eu estou numa posição técnica, para fazer o meu trabalho."-Reforçou, rejeitando a chuva de críticas dos mais diversos sectores da sociedade, que o viam como um herói na luta contra a corrupção e a partir de agora o vêem como mais um político num governo de cunho fortemente radical.

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