Alexandre de Moraes ordenou retirar o deputado da Praça dos Três Poderes, onde ele se tinha instalado na tarde desta sexta-feira.
Num novo gesto polémico, por ferir o direito de manifestação, o juiz Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu um protesto isolado, pacífico e silencioso de um deputado aliado de Jair Bolsonaro a favor do antigo presidente, que o magistrado está a julgar por alegada tentativa de golpe de Estado. Moraes determinou ao governador de Brasília, Ibaneis Rocha, que mandasse a polícia retirar o deputado da Praça dos Três Poderes, onde ele se tinha instalado na tarde desta sexta-feira, e a ordem foi cumprida na madrugada deste sábado.
Hélio Lopes, um dos deputados mais próximos ao antigo presidente durante o governo de Bolsonaro, entre 2019 e 2022, montou na tarde de sexta uma pequena tenda de campismo na praça, onde ficam o Congresso, o palácio presidencial e o próprio STF, e colocou uma mordaça na boca, em protesto contra o julgamento do antigo governante por Moraes e pelas medidas cautelares determinadas pelo juiz na semana passada que impedem o ex-mandatário de usar redes sociais e dar entrevistas, sob pena de prisão imediata. Lopes afirmou aos jornalistas que iria permanecer ali, num protesto individual, pacífico e silencioso, por tempo indeterminado, mas o magistrado não permitiu.
No final da noite, o próprio governador da cidade-estado de Brasília, acompanhado pelo secretário de Segurança Pública e por outras autoridades, foi ao encontro de Hélio Lopes, nessa altura acompanhado de mais dois ou três deputados aliados de Bolsonaro que se solidarizaram com ele e com o ex-presidente. Ibaneis informou a todos que Alexandre de Moraes tinha proibido qualquer manifestação, colectiva ou individual e mesmo pacífica e silenciosa no local, e que Lopes tinha de sair dali imediatamente.
Segundo Ibaneis, se o parlamentar não obedecesse, ele próprio, o governador, poderia ser punido pelo temido juiz. Em 2023, Ibaneis Rocha foi afastado do cargo de governador de Brasília por Alexandre de Moraes por, segundo o magistrado, não ter agido como deveria contra, nessa altura, milhares de seguidores de Jair Bolsonaro que invadiram e depredaram o Congresso, o palácio da presidência e o tribunal.
Atendendo ao pedido do governador, Hélio Lopes e os outros deputados deixaram a praça, que foi cercada em seguida por grades e teve a segurança reforçada por um forte efetivo da Polícia Militar e até da Força Nacional, só usada geralmente em casos de violência extrema. Alexandre de Moraes, fortemente criticado até por colegas do Supremo Tribunal pelo excessivo rigor, considera coação e obstrução de justiça qualquer ato ou declaração contra o julgamento de Bolsonaro e contra as suas decisões e ameaça prender quem as contrariar.
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