Cristina de Bórbon começou a ser julgada no caso Nóos.
A sintonia entre o Ministério Público e a defesa para arquivar as acusações contra a infanta Cristina marcou ontem o início do julgamento do caso Nóos em Espanha. Esta é a primeira vez que um membro da família real é chamado a tribunal, mas para o procurador público, Pedro Horrach, "julgar a infanta é uma discriminação ilegítima".
No julgamento, que decorre em Palma de Maiorca, o principal réu é o marido de Cristina, Iñaki Urdangarín, acusado de fraude fiscal, desvio de fundos, tráfico de influências e branqueamento de capitais. Cristina é acusada de cumplicidade. Em causa está o desvio de 6,2 milhões de euros de fundos públicos através do instituto Nóos, organização sem fins lucrativos gerida por Urgandarín entre 2004 e 2007. À época, a infanta presidia com o marido a empresa Aizoon, usada para desviar fundos para o património pessoal do casal.
Na sua intervenção, Horrach apoiou a defesa de Cristina, que pediu a aplicação da ‘doutrina Botín’. Segundo esta jurisprudência, ninguém pode ser julgado por crime fiscal se houver somente acusação popular e não do Ministério Público ou das partes diretamente afetadas, neste caso, a Fazenda Pública. É o caso da infanta, sobre quem pende apenas a acusação da associação Mãos Limpas, que pede oito anos de prisão por "cooperação ativa".
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